Presidente da Ecolezíria desafia cidadãos a aderirem à campanha de compostagem

7 Dezembro 2021, 18:00 Não Por João Dinis

Carlos Coutinho, Presidente do Conselho de Administração da Ecolezíria, empresa intermunicipal responsável pela recolha e tratamento dos resíduos sólidos nos concelhos de Almeirim, Benavente, Cartaxo, Alpiarça, Salvaterra de Magos e Coruche, deixou o desafio aos munícipes dos cinco concelhos, para que adiram às campanhas de compostagem, seja através da Compostagem Comunitária, para já, existente em cinco freguesias, seja através do sistema de compostagem doméstica que a empresa se encontra a distribuir gratuitamente.

Carlos Coutinho, que é também Presidente da Câmara Municipal de Benavente, falou ao Notícias do Sorraia durante a inauguração do sistema de Compostagem Comunitária, na Glória do Ribatejo, e começa por nos salientar que “a Ecolezíria está firmemente interessada em poder desenvolver projectos que sejam amigos do ambiente”, uma vez que esta “é uma problemática que a todos diz respeito e nesse sentido procuramos o envolvimento de toda a gente”.

A empresa deposita grande expectativa nos Centos de Compostagem Comunitária, que nesta altura se encontram instalados em cinco freguesias, mas que Presidente da empresa espera que “mais à frente possamos ter aderência e de outras juntas de freguesia”, isto porque “desta forma os resíduos em vez de irem para os sistemas centrais, são tratados localmente e com um ganho importante que é poder fazer um composto orgânico que é devolvido à terra”, acrescentando que “a campanha tem isso mesmo, devolver à terra o que é da terra”.

“Como é do conhecimento público, estamos também disponibilizar 7.500 computadores domésticos em toda esta região”, iniciativa que este acredita que “está minimamente a ser bem conseguido”, mas ainda assim “é necessário que as pessoas possam ter mais disponibilidade para receberem estes compostores, que é muito simples, é um processo acessível para todos, é oferecido pela Ecolezíria e portanto aproveito para deixar aqui este desafio para que efectivamente as pessoas tomem esta consciência”, deixando assim o desafio aos munícipes para que adiram às campanhas de compostagem.
Segundo nos revelou a empresa tem ainda um número significativo de compostores domésticos, “mas além dos 7500 já adquiridos, se se tornar necessário estamos disponíveis para reforçar este contingente de compostores”, afirmou.

Outra das apostas da empresa vão ser as recolhas selectivas e porta a porta, e nesse sentido o também autarca anunciou que “estão a ser disponibilizados no nosso território mais de 400 conjuntos de ecopontos, que esperamos nós possam ajudar a elevar a percentagem de recolha selectiva, que é também um processo muito importante.”
Estamos a falar de reciclagem e eu creio que estamos aqui com um conjunto de projectos importantes e que ainda assim não são suficientes para atingirmos os objetivos a que nos propomos, mas creio que são passos importantes”, referiu, dando também ênfase aos investimentos significativos por parte da Ecoleziria, que segundo anunciou é de cerca de “um milhão e duzentos mil euros, dos quais oitocentos mil euros são de fundos próprios da Ecolezíria”, algo que este considera “um esforço significativo” mas que este acha que irá valer a pena em nome do ambiente e da consciência colectiva.

Questionado se a implementação destes sistemas, nomeadamente a compostagem e a recolha porta a porta poderiam fazer baixar a factura da tarifa de terceiros, que os consumidores pagam para a recolha dos resíduos, Carlos Coutinho foi prudente e começou por nos referir que “é preciso termos consciência de que efectivamente estes processos são processos exigentes do ponto de vista financeiro, e não podemos colocar a expectativa de que possamos ter aqui muitos retornos financeiros”, começou por nos referir sobre este tema, acrescentando que “ temos retornos ambientais, porque a questão da recolha porta a porta é um passo que tem que ser muito bem reflectido por parte dos decisores, dado que o estudo que nós temos aponta no sentido de na recolha porta a porta o incremento de custos na ordem dos 30 euros por tonelada.”

A recolha porta a porta terá seguramente a compensação da valorização dos resíduos, mas ainda assim Carlos Coutinho entende que “chegarmos a um ponto de equilíbrio não é fácil”. “Nós queríamos ir mais longe e fazer uma recolha, não direi integral, mas provavelmente nos maiores centros urbanos,”, disse, mostrando no entanto toda a prudência, uma vez que é necessário entender a questão económica do serviço, até porque se já hoje “as pessoas se queixam daquilo que é a conta de terceiros dos resíduos, que nalguns casos ainda não reflecte totalmente os custos, porque ainda há câmaras que assumem uma parte significativa desse desses custos”, é necessário um equilíbrio entre o serviço e os custos, sendo que o mais importante é a consciencialização da população para a necessidade do tratamento e acomodamento dos lixos e resíduos. “Não podemos ir apenas numa perspectiva do utilizador pagador, porque a nossa gente não tem capacidade financeira para isso, e portanto é preciso buscarmos os equilíbrios”, disse, concluindo que “é nisso que estamos a trabalhar”.

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