“Vender o pavilhão é a garantia de salvaguardar o património da ARCAS”, garante Presidente da Associação

29 Março 2024, 19:14 Não Por João Dinis

A Direção da Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora (ARCAS), realizou esta sexta-feira uma conferência de imprensa, com o principal objetivo de esclarecer os sócios e a população de Samora Correia, sobre o processo de venda do Pavilhão à Câmara Municipal de Benavente.

A venda do pavilhão, aprovada em Assembleia Geral por unanimidade, “é a garantia de salvaguardar o património da ARCAS”, afirmou o Presidente da associação, Rúben Vicente.

Salientando que o facto de tornarem público o resultado da Assembleia Geral realizada na semana passada se deve apenas ao facto de quererem tratar o assunto com a máxima transparência para os sócios e a população de Samora Correia, Rúben Vicente lamentou ainda que haja quem prefira estar escondido atrás de um teclado, dividindo a população e criando mau estar, e não vá às reuniões ou ao encontro da direção, que além de esclarecer eventuais dúvidas, pode ainda “mostrar todos os documentos”.

Contrariamente ao especulado, a venda do pavilhão não está relacionada com a dívida que a associação tem para com a Autoridade Tributária, “que está a ser integralmente liquidada”, salienta Rúben Vicente, mas sim com o estado de degradação em que se encontra o pavilhão e que obriga a uma intervenção que se estima superior a 100 mil euros.

“Só para a substituição da cobertura temos um orçamento de cerca de 70 mil euros”, salienta o presidente da associação, “para a pintura falamos de valores de 15 mil euros, as paredes têm infiltrações e estão a necessitar de uma intervenção, o portão tem que ser substituído com urgência”.

A venda do pavilhão à Câmara Municipal de Benavente, por um valor de 65 mil euros, foi aprovado por unanimidade na Assembleia Geral, desde que “a ARCAS tenha plenos atos de gestão do mesmo”, “a ARCAS não irá perder os direitos sobre o seu pavilhão”, esclarece Rúben Vicente, que reforçar que “esta venda, além de um encaixe financeiro que permite à associação ter alguns fundos para investir nas suas atividades, permite também que o pavilhão venha a receber obras e cumpra todas as normas legais, que de outra maneira eram impossíveis de concretizar”.

Rúben Vicente descansa também os fundadores da ARCAS, “vão aqui continuar a ter o seu lugar, a ter a sua placa”, “ninguém irá mexer em nada”, diz. “Esta continuará sempre a ser a sua casa!”, afirma.

O presidente da ARCAS salientou ainda que “todo o processo está a ser tratado de forma transparente com a Câmara de Benavente”, não existindo assim “qualquer dúvida sobre a legalidade do que estamos a fazer”, sendo que “apenas assinaremos a venda se ficar escrito que o pavilhão continua a ser gerido pela ARCAS”.

“A venda do pavilhão, além das obras, irá também ser importante para a ARCAS, que deixará de pagar IMI, água, luz, e todas as outras despesas”, enfatiza.

Denúncia anónima às Finanças vale multa de 30 mil euros

Uma denúncia anónima efetuada junto da Autoridade Tributária em 2019, levou os inspetores à ARCAS, onde reviram os estatutos da associação, confirmando que estes não estavam atualizados, autuando assim a associação em mais de 30 mil euros.

Aquando da sua fundação, a ARCAS tinha como missão ser a dinamizadora da Rádio Iris. Com a criação de uma cooperativa para fundar a rádio de Samora Correia, a ARCAS acabou por não atualizar os seus estatutos.
“Apesar das Finanças nos concederem a isenção de IVA, os estatutos não estavam atualizados, e isso foi o levou a que fossemos autuados”, esclarece Rúben Vicente, que salienta que “até agora temos cumprido com o acordo que temos com as Finanças, faltando liquidar cerca de 5 mil euros, algo que iremos fazer assim que se concretizar a venda do pavilhão”.

“Têm sido anos muito difíceis, o dinheiro que nos sobra nunca é muito, e agora tem sido todo canalizado para a liquidação da dívida”, lamenta.

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