Portugal está a consumir cada vez mais arroz

22 Maio 2024, 8:28 Não Por João Dinis

Ainda que muito por culpa dos movimentos migratórios que têm trazido para Portugal muitos cidadãos asiáticos ou de países onde se consome muito arroz, Portugal está a consumir cada vez mais arroz, o que leva a que a produção nacional é cada vez mais insuficiente para satisfazer as necessidades do país no que diz respeito ao arroz.

Esta foi um das principais conclusões do Colóquio integrado no Festival do Arroz Carolino, que se realizou na manhã do sábado, 18 de maio, e onde foi debatida a temática do Arroz Carolino e “a qualidade portuguesa que dá gosto”.

Pedro Monteiro, da Casa do Arroz, apresentou interessantes dados sobre a produção de arroz em Portugal, na Europa e no Mundo, salientando que “no mundo não há falta de arroz”, ainda que na Europa, que produz 0,25% da produção mundial, tenha que se importar cada vez mais arroz.

Em Portugal, há cerca de 2 mil orizicultores, que semeia cerca de 28 mil hectares de arroz. Em média Portugal produz cerca de 160 mil toneladas de arroz em casca, que equivalem a cerca de 110 mil toneladas de arroz pronto a consumir.

Com duas regiões bem demarcadas, Mondego e Vouga e Tejo e Sorraia, a industria do arroz emprega mais de 500 pessoas diretamente e 5.000 indiretamente, que são responsáveis pela colocação no mercado das cerca de 200 mil toneladas consumidas.

Ainda que Portugal não consiga produzir todo o arroz que consome, as exportações, para países como a Síria, Jordânia, Albânia ou Espanha, continuam em crescimento, sobretudo em variedades como o arroz carolino, que é bastante apreciado nestas regiões.

Cada cidadão em território português consome uma média de 18 quilos de arroz por ano, número que está em crescimento, com a chegada de cada vez mais migrantes, que oriundos de países onde o arroz é um dos alimentos principais fazem aumentar estes números.

Por essa razão Portugal tem importado em média nos últimos anos, cerca de 180 mil toneladas de arroz “em película”, sobretudo das variedades agulha, basmati e thai.
De entre os países originários das importações portuguesas estão a Guiana, Espanha e Uruguai.

Pedro Monteiro revelou no entanto uma preocupação com o arroz que está a entrar na Europa, e em Portugal também, sem qualquer controlo das autoridades sanitárias.
“Temos já arroz importado que começa a chegar sem controlo, vem em contentores, misturado com outros produtos alimentares e não é minimamente controlado pelas autoridades”, revelou, salientando que esta é uma preocupação dos produtores, que alertaram já a ASAE, uma vez que estes produtos são maioritariamente vendidos em lojas de asiáticas.

Neste colóquio foram ainda intervenientes, o Presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, que realizou a sessão de abertura e boas vindas, Lourenço Palha, da COTArroz, Gonçalo Canha, da Lusem, Carla Brites e Pedro Fevereiro.

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