Obras da Igreja da Misericórdia de Coruche inauguradas dia 10 de Dezembro

15 Novembro 2021, 15:49 Não Por Redacção

O resultado final das obras efectuadas na Igreja da Misericórdia de Coruche, que visaram o restauro do seu interior, nomeadamente a “descoberta do retábulo primitivo e de frescos extraordinários em todos os tramos de paredes e tecto”, como refere Inez Ponce Dentinho, administradora executiva do fundo Rainha D. Leonor, que apoiou as obras do Monumento, que irá agora ser também um atractivo turístico do concelho, vai ser desvendado dia 10 de Dezembro.

As obras, com um custo de 865 914,38 euros, receberam o apoio do fundo Rainha D. Leonor, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no valor de 300 mil euros, bem como 43.276,52 do Município de Coruche, sendo o restante valor angariado pela Santa Casa da Misericórdia de Coruche, proprietária do imóvel.

Para apoiar a realização da obra, o fundo Rainha D. Leonor teve em conta que “embora estruturalmente pareça estabilizada, o estado de conservação da Igreja é preocupante. Os estudos apresentados pela Fundação Ricardo Espírito Santo Silva apontam no sentido de que, depois da obra, o imóvel será um atractivo turístico que chamará visitantes a Coruche”, acrescentando que “a Igreja da Misericórdia apresenta acabamentos arquitectónicos e decorativos de qualidade e a obra poderá trazer boas surpresas com a descoberta de pré-existências. Datada do século XVI, configura um importante elemento na história local.”

Em 5 de Março, a Igreja da Misericórdia de Coruche foi Monumento de Interesse Público pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), tutelado pelo Ministério da Cultura.

A Igreja da Misericórdia de Coruche, fundada em 1580, constitui um exemplar típico dos templos erguidos pelas misericórdias em todo o País, com nave única e contínua com a capela-mor, retábulos triplos, simplicidade formal, Casa do Despacho e sacristia com entrada independente pelo adro, tribunas para mesários e hospício anexo”, refere o Ministério no despacho publicado em Diário da República, prosseguindo com a explanação, “o templo foi profundamente intervencionado na segunda metade do século XVIII, daqui resultando a reconstrução da fachada tardo-quinhentista e diversas alterações do interior, que conservou, em termos genéricos, a primitiva estrutura maneirista, mas cujo abobadamento e ornamentação pertencem já ao estilo rococó. Entre o acervo conservado incluem-se uma série de pinturas murais completadas por três pinturas sobre tela no paramento do altar-mor e pela bandeira da confraria, exibida no coro alto, onde se guarda ainda um magnífico órgão de tubos oitocentista assinado pelo organeiro António Xavier Machado Cerveira, filho de Manuel Machado, autor do órgão do Mosteiro dos Jerónimos, e irmão do escultor Joaquim Machado de Castro.

A classificação da Igreja da Misericórdia de Coruche, incluindo a sacristia, a Casa do Despacho, o adro e o património móvel integrado, reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico e religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e urbanística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”, conclui o Ministério.

Recorde-se que também em Março de 2020, o Órgão de tubos do Monumento foi alvo de uma intervenção, de cerca de 70 mil euros.

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