“Explicar a Morte às Crianças e o Suicídio na Adolescência” é tema de conferência em Alpiarça

13 Abril 2023, 11:28 Não Por Redacção

A Biblioteca Municipal de Alpiarça, receberá no próximo dia 21 de abril, pelas 21 horas, uma sessão com o Dr. Carlos Céu e Silva, psicólogo clínico e Presidente da OLHAR (Associação Pela Prevenção e Apoio à Saúde Mental), onde este irá abordar o tema “Explicar a Morte às Crianças e o Suicídio na Adolescência”.

A morte é um processo inevitável da vida. Sendo um tema complexo de explorar, uma vez que não estamos preparados para abordar a finitude da nossa existência, acaba por ser ainda uma espécie de tabu. Implica gerir emoções e sentimentos, como por exemplo a dor, a raiva e a tristeza, que nem sempre são fáceis de lidar. Como tal, verificamos que muitos pais apresentam dificuldades em explicar esta realidade às crianças. Este aspecto deriva da sua própria inadequação em lidar com o tema. Alguns recorrem a narrativas de cunho mágico, numa romantização da morte, crendo assim estar a proteger as suas crianças, ao aligeirar o assunto. Na verdade, estão a colocá-las em risco, ao evitar que se confrontem com aspectos da realidade fundamentais para o seu desenvolvimento salutar.

O suicídio, não se tratando de perturbação mental, encontra-se muitas vezes associado a esta e constitui ainda um tema tabu. Segundo a OMS a cada 40 segundos morre alguém por suicídio. Em Portugal, os dados conhecidos não são recentes. De acordo com as estatísticas da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, de 2011, temos taxa global de 9,6%, com 15,5% no sexo masculino e 4,1% no sexo feminino. Para este ano não existem dados desagregados por faixa etária. No entanto, em 2009, são conhecidos os dados por faixas etárias. Jovens dos 15 aos 34 anos apresentam uma taxa de suicídio de 19,3%. Para dados globais mais recentes, 2019, de acordo com o site Country Economy, que apenas discrimina os dados por sexo, a taxa de suicídio global é de 9,47 %. Continua a ser mais prevalente no sexo masculino 15,18% e 4,36% feminino (2019).

Com a COVID-19 os e as jovens foram, a par dos idosos, dos grupos etários mais afectados. Se a adolescência é por excelência uma fase de expansão, de construção de projecto de vida e de sonho, os jovens viram as suas vidas restringidas por um acontecimento externo desconhecido e temível num momento em que deveriam estar a explorar o meio social e a desenvolver as suas competênciais sócio-emocionais, maioritariamente, com os seus pares. Os actuais estudos vão mostrando um aumento significativo do mal-estar e do sofrimento desta população.

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