Diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento da maioria dos cancros

4 Fevereiro 2022, 11:00 Não Por Redacção

Com o objectivo de assinalar o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, que se assinala esta sexta-feira, o Hospital Distrital de Santarém (HDS) deixa o alerta a todos os cidadãos para que valorizem as questões do diagnóstico precoce, como factor fundamental no sucesso do tratamento da maioria dos cancros.

“A grande maioria dos cancros pode ser curável se o diagnóstico for feito em fases iniciais da doença”, começa por afirmar Sandra Bento, directora do Serviço de Oncologia do Hospital Distrital de Santarém.

“O importante é valorizar as queixas que, se forem persistentes, devem ser investigadas”, aponta a directora do Serviço de Oncologia, acrescentando que é possível intervir de diversas formas para tentar reduzir a incidência e a mortalidade por cancro. “Está nas mãos de qualquer um de nós a adopção de um estilo de vida mais saudável”, menciona.

Neste contexto, a medida mais importante de todas é a cessação tabágica. “Os fumadores têm uma incidência aumentada de todos os tipos de cancro versus os não fumadores, e não apenas dos tradicionalmente associados ao tabaco, como por exemplo o pulmão, as vias aéreas e a bexiga”, explica.

Também o álcool é associado a um maior risco de cancro. Por outro lado, a prática de exercício físico regularmente está associada a uma redução do risco, bem como os cuidados na alimentação. Segundo Sandra Bento, “ao diminuir a incidência da obesidade, estamos a contribuir para uma redução do risco de cancro”.

A especialista sublinha ainda a importância nos cuidados na exposição ao sol, uma vez que a mesma aumenta o risco dos cancros de pele. E acrescenta que em famílias onde existam muitos casos de cancro, pode haver indicação para avaliação em consulta de risco familiar e eventual realização de análise genética, sendo importante alertar o médico assistente, se for este o caso.

Sandra Bento salienta, ainda, a importância dos rastreios populacionais, que visam a deteção de lesões pré-clínicas e/ou pré-malignas, possibilitando o seu diagnóstico e tratamento atempado. “O rastreio é, por definição, um processo de diagnóstico precoce em pessoas que não apresentam sintomas e tem como objetivo reduzir a mortalidade através de um diagnóstico mais precoce e, em alguns casos, também o número de novos casos de cancro (incidência do cancro)”, esclarece.

Em Portugal, existem três programas de rastreio oncológico: cancro de mama, em que é recomendada a realização de mamografia a cada dois anos, dos 50 até aos 69 anos de idade; cancro colorretal, que normalmente inclui o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes dos 50 aos 74 anos de idade; cancro do colo do útero, em que o rastreio compreende o teste de citologia cervical (papanicolau) em mulheres entre os 20 e os 30 anos e até aos 60 anos de idade.

De acordo com Sandra Bento, “estes rastreios têm demonstrado a redução de mortalidade aproximadamente nos 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero”.

Salientou ainda que “a abordagem do doente oncológico é complexa e deve envolver uma equipa multidisciplinar desde o diagnóstico, ao tratamento, aos cuidados de suporte”.

No HDS, os doentes oncológicos são acompanhados por uma equipa multidisciplinar que inclui profissionais dedicados nas áreas da Oncologia Médica, Cirurgia, Ginecologia, Pneumologia, Urologia, Dermatologia, Hematologia, Radioterapia, Imagiologia, Anatomia Patológica e Cuidados Paliativos.

De destacar que o HDS é Centro de Referência na área de Oncologia Adultos para o Cancro do Reto e a sua Unidade de Senologia é certificada pela Breast Centres Network, atestando a excelência no tratamento do cancro da mama.

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