Cinco adultos e duas crianças desalojados em Coruche após noite de dilúvio (com Fotos)

13 Dezembro 2022, 20:19 Não Por João Dinis

Cinco adultos e duas crianças ficaram esta noite desalojados na sequência do dilúvio que se abateu sobre Coruche e que fez com que a Vala dos Foros do Paúl transbordasse e inundasse duas habitações que estão nas suas habitações.

Apesar de ser frequente, Lídia Pires, uma das moradoras que teve que recorrer à solidariedade de vizinhos para poder pernoitar, recorda que “nunca tinha visto uma situação assim”, “era normal a rua ficar inundada, termos um pouco de água junto à casa, mas desta vez tivemos praticamente um metro de água dentro de casa”, lamenta.

Lídia vive numa casa com a sua filha, genro e duas netas, e na imediatamente ao lado vive a sua mãe, que já não se recorda da última vez que a sua casa foi afectada, “creio que a última vez que tive água em casa foi há mais de 30 anos”, diz-nos, enquanto retira alguns pertences da habitação para levar para a casa onde irá agora dormir, até que possa ter a sua limpa e seca.

Enquanto vão arrumando alguns pertences para levar para poderem passar os próximos dias, as moradoras lamentam que “a Câmara não tem conseguido resolver a situação, já falamos com toda a gente, mas estamos sempre nisto…”.

A situação não é nova e está relacionada com uma antiga vala de escoamento de águas, que antes de algumas construções ali serem edificadas levava as águas em direcção ao Açude da Agolada, que depois aproveitava grande parte dela para encher, mas que agora é escoado por uma outra vala, onde a cota não é suficiente para que a água não se acumule e inunde as habitações.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, contactado pelo NS, lamentou a situação, referindo que este é “um problema crónico e identificado pela autarquia”, que tem estudado a melhor situação para resolver o problema, não tendo ainda sido possível solucionar o problema.

A vala encontrando-se no perímetro hidroagrícola de Coruche é de responsabilidade partilhada entre o Município e a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia, sendo esta uma das zonas inundáveis identificadas no concelho de Coruche.

O autarca disponibilizou já todo o apoio à família, seja para o seu realojamento ou para os próximos dias onde é necessário efectuar a limpeza e manutenção das habitações.

Lamento a situação, que não é nova, mas o que temos que fazer agora é cuidar das pessoas”, concluiu Francisco Oliveira, que deixou ainda o alerta para a zona mais baixa da Vila de Coruche, tendo em conta o aumento do caudal do rio Sorraia, em virtude das descargas automáticas efectuadas pela Barragem do Maranhão que esta terça-feira atingiu a sua cota máxima.

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