Museu do Neo-Realismo inaugura primeira grande antológica do pintor Amândio Silva

Uma exposição antológica dedicada ao pintor portuense Amândio Silva (1923-2000), com uma centena de obras, sobretudo de entre 1940 e 1960, vai ser inaugurada a 02 de dezembro no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.

Intitulada “Amândio Silva – Um pintor a reencontrar”, a mostra, descrita pelo museu, num comunicado, como a primeira grande exposição antológica do pintor portuense, vai ser inaugurada às 15:00 desse dia, e terá entrada livre.

Em maior número estarão obras de pintura, mas incluirá ainda gravura, desenho, cerâmica e tapeçaria, provenientes de coleções privadas e institucionais, tais como as do Museu do Douro e da Associação Empresarial de Portugal.

Com curadoria de Paula Loura Batista e David Santos, a exposição destaca trabalhos inscritos no contexto da cultura visual neorrealista, apresentando mais de uma centena de obras que se distribuem nos núcleos temáticos “Douro”, “Porto”, “Paisagem”, “Quotidiano”, “Retrato” e “Infância”, e um apontamento sobre “Edições”.

Nascido no Porto, a 11 de abril de 1923, Amândio José da Silva morreu na mesma cidade a 27 de julho de 2000.

Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, com 20 valores, tendo recebido vários prémios, e integrou o corpo docente daquela instituição entre 1958 e 1993, ano em que se jubilou.

Foi fundador do Grupo “Independentes”, no qual participaram, entre outros, os artistas Fernando Lanhas, Nadir Afonso, Garizo do Carmo, Artur Da Fonseca e Arlindo Rocha.

A descoberta da região do Douro e as suas serras entre 1948 e 1968 ficaram para sempre presentes na sua obra, na mesma de linha de artistas como Augusto Gomes, Guilherme Camarinha, Júlio Resende, Sousa Felgueiras e Joaquim Lopes.

No entanto, segundo os historiadores de arte, Amândio Silva não se limitou a fazer uma representação da paisagem, mas, já numa tendência modernista, a sua obra envolveu uma interpretação da História, dos mecanismos da pintura, e da abstração numa visão própria da realidade, ao longo de várias fases do seu percurso artístico.