Opinião – Igualdade na Vida

31 Março 2023, 15:12 Não Por Redacção

“No tempo de liberdade

juntos em pé de igualdade (…)

(que seja) igual dizer meu homem

ou dizer minha mulher”

             Ary dos Santos

Estão decorridos 113 anos desde a Conferência Internacional de Mulheres onde a alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia Internacional da Mulher, tendo como objetivos primordiais a conquista do direito ao voto e melhores condições laborais e de vida.

No nosso país, só com o surgimento do 25 de Abril de 1974, a Revolução dos cravos, com a elaboração da Constituição da República Portuguesa em 1976 e com o Código do Trabalho, as mulheres foram adquirindo direitos laborais mais dignos, assim como, o acesso às carreiras até então proíbidas, como a magistratura, diplomática, militar e de polícia; relembrar também que às profissões de enfermeira e de hospedaria do ar era-lhes negado o direito de casar e constituir família.

E hoje, fará sentido a existência do “Dia Internacional da Mulher?”

Registando o salto qualitativo na conquista da igualdade entre homens e mulheres, permanecem ainda muitos problemas por resolver e muitos direitos por cumprir, essencialmente em áreas como a valorização do trabalho uma vez que a desigualdade salarial continua, pois trabalho igual não é sinónimo de salário igual.

Continuam por cumprir os direitos das mulheres enquanto mães, quer nas licenças de maternidade e paternidade, quer na amamentação, assim como na ascensão a cargos de chefia ou ao sucesso no combate diário aos estereótipos laborais e ao assédio moral, sexual e psicológico.

Diariamente, tomamos conhecimento de violências gratuitas exercidas sobre mulheres, jovens e crianças as quais atingem dimensões inquietantes no nosso país, pois faltam políticas públicas que garantam a prevenção e formação adequada de todos os recursos humanos que possam prestar mais e melhores apoios às vítimas.

Tendo em conta o contexto social e económico das mulheres, o direito à habitação, à saúde, à educação são pilares essenciais de uma verdadeira igualdade, pois nenhum homem poderá ser verdadeiramente livre enquanto houver discriminações de género.

Comemorar o Dia Internacional da Mulher, é prestar homenagem a todas as Mulheres que no passado, foram responsáveis pelos avanços civilizacionais que fizeram história, a nossa história e é, sobretudo, contribuir para uma sociedade mais justa, solidária e igualitária, onde os objetivos motivadores da criação desta data, deixem de ser mera quimera, mas sim, da vossa VIDA!

Sim, faz sentido comemorar o dia 8 de Março, dia Internacional da Mulher, em casa, na rua, no almoço ou jantar de amigas desde que exista a consciência plena de que há muitas razões para nos unirmos em luta por direitos fundamentais como a verdadeira igualdade na vida, pois queremos um mundo melhor para as (os) nossas (os) filhas (os).

Este é sem sombra de dúvida, o combate do nosso tempo!  

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