UNAC contra plano de gestão da ZEC de Cabeção

4 Abril 2022, 17:24 Não Por Redacção

A UNAC – União da Floresta Mediterrânica afirma-se contra a abordagem prescritiva à gestão da Zona Especial de Conservação (ZEC) de Cabeção, concelho de Mora, por entender que “o conjunto de medidas regulamentares e complementares apresentado se foca apenas em questões de conservação, esquecendo a função de produção agroflorestal que está na base dos valores ecológicos destas áreas.”

“Consideramos que não é possível criar planos de gestão de sistemas tão complexos, de uma forma adequada e equilibrada, sem considerar a principal das suas vertentes”, refere a entidade em comunicado.
 
Para ao UNAC, “o que estas propostas de regulamentos fazem é criar um conjunto de limitações que pretendem promover a componente de conservação, limitando a componente produtiva, sem quaisquer contrapartidas”, pelo que no seu entendimento “corre-se o risco de prejudicar, a prazo, grandemente a produção e como consequência a sustentabilidade total do ecossistema.”

De acordo com a associação a perda de capacidade produtiva e de rendimento a ela associada poderão levar ao abandono, o que, por sua vez aumenta fortemente o risco de incêndio e tem como impacto a total destruição das espécies e habitats que se pretendem conservar.
 
“Os produtores florestais são o principal vector da perenidade das opções produtivas que garantem um uso equilibrado dos recursos, assegurando a viabilidade económica destas regiões e potenciando os atributos ambientais que elas encerram”, esclarecem, concluindo que “sem esta presença e o modelo de produção que é implementado, um mosaico agroflorestal extensivo, com pólos de regadio e bolsas de biodiversidade, as ZEC não teriam os atributos que hoje pretendemos proteger de forma mais visível.”

Além da ZEC de Cabeção a UNAC coloca também em causa as ZEC de Cabrela, Monfurado e Moura-Barrancos.

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