
Trabalhadores da Nobre voltam à greve na segunda-feira
28 Fevereiro 2025, 15:19Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, estarão em greve no dia 03 de março, devido à recusa da empresa em negociar o caderno reivindicativo apesar das 17 jornadas de greve realizadas em 2024.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB) após o último plenário em que decidiram a “intensificação da luta pelo direito à negociação do seu caderno reivindicativo”.
O dirigente sindical do SINTAB responsável pelo processo, Diogo Lopes, disse à agência Lusa ter havido uma reunião com a administração da empresa, em que foi “apresentado o caderno reivindicativo para 2025”, mas a direção da Nobre informou que “não está disponível este ano para qualquer negociação”.
A posição da empresa, localizada em Rio Maior, no distrito de Santarém, levou os trabalhadores a decidirem “dar continuidade à luta” que já tinham iniciado em fevereiro de 2023 e que somou, até dezembro de 2024, 17 greves.
Os trabalhadores contestavam a falta de resposta ao caderno reivindicativo em que exigiam um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.
No caderno reivindicativo para 2025 os trabalhadores mantêm o aumento salarial de 150 euros, mas reivindicam “um aumento superior no subsídio de alimentação e uma alteração no valor das diuturnidades, que a empresa tinha deixado de pagar em 2016, quando houve a caducidade do contrato e voltou a implementar o ano passado, mas não nos valores que deviam ser praticados”, explicou Diogo Lopes.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores pretendem o aumento do subsídios de refeição dos atuais 5,50 euros para oito euros e, no caso da diuturnidades um aumento de cerca de cinco euros.
Em comunicado o sindicato acusou a administração da empresa de “transmitir aos trabalhadores informações erradas sobre o trabalho e a representatividade do SINTAB” e de ter decidido “negar o direito a crédito de horas às delegadas sindicais do SINTAB, assim como à dirigente da União dos Sindicatos de Santarém”.
“Já foi pedido um parecer à Autoridade para as Condições do Trabalho [ACT]”, disse Diogo Lopes, admitindo que o sindicato deverá avançar com uma ação em tribunal.
Contactada pela agência Lusa, a Nobre Alimentação afirmou estar atenta “às necessidades” dos colaboradores e manter “reuniões frequentes e construtivas com os sindicatos para abordar as questões em causa de forma positiva e transparente”. Na resposta enviada por ‘email’ a empresa reiterou o compromisso de “dar continuidade a este diálogo regular, procurando, em conjunto, encontrar o caminho mais equilibrado para o futuro.”