O candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Benavente, Pedro Gameiro entregou na Polícia Judiciária (PJ) um e-mail onde é acusado de fraude e branqueamento de capitais, num alegado esquema que envolveria a sua empresa e várias entidades governamentais como o Infarmed, Ministério da Saúde, Associação Nacional de Farmácias, hospitais e multinacionais farmacêuticas.
A alegada denúncia é efetuada por um consórcio de jornalista denominada FreeLand, que acusa Pedro Gameiro, que gere uma empresa ligada ao setor farmacêutico em Samora Correia, de ter montado um “complexo esquema”, com a conveniência de diversas multinacionais do setor da saúde.
Ao NS Pedro Gameiro repudia totalmente as acusações que são escritas no e-mail, que atribui a um ex-sócio com quem tem litígios antigos e que terá tentado já outras manobras para prejudicar a sua imagem.
Gameiro, que entregou na segunda-feira a denúncia na PJ em Lisboa, frisou ainda que estava já à espera que a sua candidatura à Câmara de Benavente pudesse levar a situações como esta.
O e-mail cita ainda uma alegada fonte da Autoridade Tributária que terá indicado que Pedro Gameiro teria adquirido um património superior a 6 milhões de euros nos últimos sete anos, adquirindo cerca de 120 imóveis, incluindo propriedades no Alentejo, vivendas e apartamentos, enquanto ainda trabalhava nos bancos BPN, Eurobic e Barclays, e por isso ter beneficiado de “informações privilegiadas provenientes da sala de operações do banco”, o que lhe permitiria, “acumular milhões de euros e em contas no Dubai”.
“Com o património que é referido no e-mail teria ainda necessidade de trabalhar e de estar na política?”, questiona Pedro Gameiro, que nos refere que o seu património pessoal ultrapassará pouco mais de 300 mil euros e é fruto do seu trabalho.
Na última semana, no Tribunal de Benavente, Pedro Gameiro e a sua empresa MDPT, desistiram de uma queixa por difamação, cujo arguido era o seu ex-sócio, Mário Rodrigues Jorge, por considerar que o processo “iria incomodar empresas e pessoas”.
O processo foi interposto por Pedro Gameiro contra o seu ex-sócio, depois deste o ter acusado e si e ao seu pai de “favorecer empresas da sua esfera pessoal”.
A acusação do Consórcio de Jornalistas acusa ainda Gameiro de ter recebido fundos comunitários “sem ter cumprido com as obrigações e processos exigidos para tal.”
Pedro Gameiro salientou ainda que não tem conhecimento de nenhuma investigação contra si, nem é alvo de nenhum processo a decorrer em tribunal, pelo que está bastante tranquilo e espera que a Polícia Judiciária possa encontrar os responsáveis pelo alegado e-mail difamatório.
Contactado pelo NS, Mário Rodrigues Jorge, ex-sócio de Pedro Gameiro, e contra quem este havia colocado diversos processos em tribunal, refuta todas as acusações de Gameiro sobre a proveniência do e-mail, lamentando no entanto que este o continue a atacar após vários anos de parceria.
Questionado se tinha conhecimento das acusações veiculadas ao agora candidato à Câmara Municipal de Benavente pelo Partido Socialista, Mário Jorge não se alongou em detalhes, referindo apenas que Pedro Gameiro intentou já contra si mais de uma dezena de processos, desistindo de todos eles aquando da fase de julgamento.
