Salvaterrense esperou três anos pela mota dos seus sonhos para regressar a Dakar

Depois de uma longa espera de três anos, Luís Vaz pode este ano cumprir o seu desejo de regressar a África com a mota dos seus sonhos, a KTM 450 Rally Replica, integrando a caravana que irá realizar “a grande aventura africana”.

Depois de já ter feito o Sahara Desert Challenge de Moto 4, em 2016, Luís Vaz, natural dos Foros de Salvaterra, empresário da área das novas tecnologias e entusiasta de todo-o-terreno, partirá de Coruche no próximo dia 27 de Dezembro, para quinze dias de uma grande aventura, que culminará com a chegada a Dakar, no Senegal, no dia 10 de Janeiro.

Até lá, Luís Vaz e Pedro Pratas, também natural de Salvaterra de Magos, bem como quase centena e meia de pessoas, vão atravessar grande parte do trajecto do mítico Paris – Dakar, atravessando Marrocos, Mauritânia e Senegal.

Se os últimos meses, depois de receber a moto dos seus sonhos, foram a “sonhar” com a aventura africana, as últimas semanas de Luís Vaz têm sido passadas a preparar ao detalhe a mota, a logística e sobretudo o corpo para enfrentar um dos mais duros desafios para os “não profissionais” do todo-o-terreno.

“Esta é uma prova de superação para nós próprios”, começa por nos afirmar Luís Vaz, que repete a experiência depois de já ter enfrentado a “dureza do terreno” de moto quatro, parte agora de moto de duas rodas, com a logística a ter que ser pensada ao detalhe.

“Temos apenas um carro para levar os materiais de apoio das 20 motas que vão participar, por isso não podemos levar tanta coisa como se fossemos de carro”, salienta, mostrando-nos depois o que irá levar alguns suplementos alimentares, material de desgaste da mota, como óleos e pneus e material de vídeo e fotografia, “para fazer documentário e mostrar como é bela esta aventura”.

Luís Vaz que também se dedica à preparação de veículos para o todo o terreno, tendo motos e SSV’s a correr em competições em toda a Europa, não teve desta vez que se dedicar à preparação da sua mota, pois a KTM é “uma mota já preparada para este tipo de provas”, “muitas destas motas são adquiridas por corredores que vão participar no Rally Dakar”, explica-nos.

“Desde o GPS à protecção da moto, ela já vem de origem com todos os detalhes”, pelo que a preparação é mínima e dá grandes garantias para enfrentar a dureza do deserto, ainda que a prova deste ano tenha menos off road que as edições anteriores.

O piloto dos Foros de Salvaterra destaca nesta aventura, que também tem uma vertente solidária, a organização da Mundo de Aventuras, que com a sua experiência não deixa nada ao acaso, desde a segurança à logística, todos os detalhes são cuidados pela empresa de Coruche que organiza estes eventos há muitos anos.

Para Luís Vaz chegar a Dakar no dia 10 será “uma vitória”, pois é mais um ano de superação pessoal. Atravessar a mítica praia de Dakar “é uma chegada emocionante”, afirma, revelando que tem na sua “carteira de desejos” uma participação no África Eco Race, a prova que veio substituir o Paris-Dakar, que se tornou agora mais comercial e está a decorrer na América do Sul.

Depois de ter enfrentado o primeiro desafio numa moto de quatro rodas, Luís Vaz está agora mais preparado, até para dormir no deserto, “na primeira vez passei frio”, confidência, pois esqueceu-se que o deserto podia atingir temperaturas negativas e não foi devidamente preparado.

Luís Vaz aguarda agora o dia 27 de Dezembro, para partir de Coruche, rumo a Dakar, não sem antes passar o ano em Marrocos e atravessar os perigos da Mauritânia.

Para que todos possam acompanhar a sua viagem, Luís Vaz criou uma página, em www.facebook.com/FromPortugalToDakar, onde irá diariamente colocar as imagens e peripécias da sua aventura africana.