Professora da Escola José Relvas acusada de alegados atos de racismo e agressões

15 Janeiro 2025, 15:11 Não Por André Azevedo

Uma professora da Escola EB2,3/S José Relvas está a ser acusada de alegados atos de racismo e agressões a alunos de uma turma do 7.º ano de escolaridade, apurou o NS através de uma troca de e-mails entre o representante dos encarregados de educação da turma e a diretora da escola, Isabel Silva.

Segundo o e-mail, que seguiu com conhecimento da Direção Geral de Educação, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, da Direção de Serviços Região Lisboa e Vale do Tejo e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco de Alpiarça, as situações relatadas remontam a Outubro de 2024, o mesmo mês em que este e-mail dá a conhecer a situação à direção da Escola.

A professora é acusada pelos encarregados de educação de agressões ao ter esbofeteado um aluno “com as costas da mão”, na presença de outros discentes, de atirar canetas à cabeça dos alunos, de se dirigir às crianças usando termos como “miseráveis, ou fazendo trocadilhos pejorativos com os seus nomes próprios”, embora o e-mail não especifique quais.

O caso que os pais consideram mais grave aconteceu a 21 de outubro durante uma aula de História, em que a professora estaria, alegadamente, a explicar a evolução humana. Para isto alinhou cinco alunos junto ao quadro, “sendo a mais escura ‘o macaco’ e conforme clareava o tom de pele (de acordo com a sua explicação) ia ficando mais inteligente até atingir ‘a perfeição'”, referindo-se à criança branca.

Os pais referem ainda que as crianças são proibidas de entrar na sala, caso se atrasem, “não aceitando qualquer justificação” e ainda de passar as aulas a gritar “desperdiçando longos minutos a humilhar alunos”.

Os encarregados de educação apontam ainda baterias à diretora Isabel Silva por alegadamente ter negado uma reunião entre os pais e a professora visada, com a presença de um representante da CPCJ.

O NS teve também acesso à resposta da professora Isabel Silva ao representante dos encarregados de educação, em que tenta justificar alguns comportamentos da professora com as atitudes dos alunos, acusando-os de faltar às aulas da professora a 28 e 29 de outubro, sobre o pretexto que “os encarregados de educação não os deixam ir às aulas”, lê-se no e-mail. A diretora refere ainda uma participação disciplinar numa situação ocorrida durante uma aula de educação física “com meninos que faltaram os dois dias às aulas”. A participação feita pela professora de educação física, considerada de grau 5, relata “que no decorrer da aula envolveu-se com um colega de turma em agressões físicas e verbais” e terá atirado uma garrafa de gelo para atingir um colega, tentando com isto indicar que a turma tem problemas comportamentais em várias aulas.

Ainda assim a diretora assume que será aberto um processo de inquérito para averiguar os acontecimentos relatados pelos encarregados de educação e que até ao término do processo, a professora continuará a lecionar aulas à turma, mas acompanhada por um professor do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família.

O NS tentou contactar a direção do Agrupamento de Escolas José Relvas no sentido de esclarecer as conclusões do processo de inquérito e que medidas foram tomadas em relação à professora, mas até ao momento ainda não foi possível obter qualquer resposta.

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