Prevenção continua a ser a melhor forma de combater os incêndios
19 Junho 2024, 8:13O Serviço Municipal de Proteção Civil de Mora realizou no auditório do Parque de Mercados e Feiras uma ação de sensibilização da população para a problemática dos incêndios, alertando sobretudo para a necessidade da adoção de comportamentos preventivos e de limpeza dos terrenos, que continuam a ser a melhor forma de evitar e combater os incêndios.
Luís Caramujo, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Mora, e Coordenador Municipal de Proteção Civil, dando como exemplo a ocorrência de Pedrógão Grande, “que é passado, mas pode voltar a repetir-se”, alertou para a necessidade de manter limpos os caminhos, de forma a evitar que possam ocorrer filas ou aglomerados de pessoas e ser provocada uma tragédia no concelho de Mora.
Sérgio Calhau, bombeiro em Mora e formador na Escola Nacional de Bombeiros, alertou os proprietários e trabalhadores agrícolas, considerando mesmo que “em Mora existem locais com condições muito favoráveis para a ocorrência de incêndios”, pelo que é necessário prevenir e sobretudo evitar comportamentos de risco como o trabalho com máquinas ou alfaias que possam provocar ignições.
O formador apresentou ainda algumas técnicas de combate aos incêndios, alertando também para a utilidade das máquinas agrícolas no combate às chamas, sempre que seja feito em segurança e coordenação com as equipas de bombeiros no terreno.
Salientando que 86% dos incêndios têm intervenção humana, o Sargento Paulo Vicente, da GNR, alertou os proprietários dos terrenos que estavam presentes na sala, para a necessidade de manterem limpos os seus terrenos.
O militar alertou ainda a necessidade de cumprir as regras emanadas pelas autoridades, sobretudo para a realização de queimas e queimadas, que já mais deverão ser realizadas sem a respetiva autorização do ICNF e Proteção Civil.
A Associação de Produtores Florestais da Ponte de Sor, onde estão inseridos alguns agricultores de Mora, apresentou, através do seu presidente José Bento, as equipas de intervenção compostas por cinco elementos e uma viatura ligeira, deixando o repto à Câmara de Mora para a possibilidade de criação de uma destas equipas no concelho.
No concelho da Ponte de Sor, estas equipas que funcionam como um “extintor florestal”, têm conseguido evitar que muitas das ignições possam tomar maiores proporções.
José Bento alertou ainda para a utilidade dos pontos de água nas herdades, deixando o alerta aos proprietários para que criem pontos de água aptos para as equipas de socorro.
Maria João Rosado, Comandante do Comando Sub-Regional do Alentejo Central da Proteção Civil, alertou os participantes na conferência para a importância da passagem do maior número de dados e detalhes quando se dá o alerta para uma ocorrência.
O simples facto de dar a localização exata e que tipo de incêndio ocorre pode fazer as equipas de socorro ganhar tempo precioso para o combate.
Considerando que a região não é muito afetada pelos incendiários, a responsável considerou também que a prevenção continua a ser uma excelente forma de combater os incêndios.
No Alentejo Central, que corresponde praticamente ao distrito de Évora, na fase de maior empenhamento e risco de incêndios vão estar disponíveis 345 elementos, que compõem 93 equipas, maioritariamente de bombeiros.
Presente também na ação de sensibilização esteve o Vice-presidente da Câmara Municipal de Mora, que agradeceu a presença de todos e moderou o espaço de debate que se realizou após as apresentações.