Presidente da Câmara de Salvaterra de Magos teme pela sustentabilidade financeira dos Bombeiros Voluntários

Hélder Esménio, Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, afirmou esta segunda-feira, temer pela sustentabilidade financeira da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos caso não venha a ser majorada a forma como são pagos os serviços de socorro.

O autarca falava no Tribunal de Benavente, como testemunha dos Bombeiros de Salvaterra de Magos no processo que os opõe ao INEM, onde esclareceu que o Município apoia os Bombeiros em cerca de 400 mil euros anuais.

“A Câmara foi transferindo mais verbas para os bombeiros com o objetivo de permitir a continuidade e sustentabilidade da associação que garante o socorro ao concelho”, explicou o autarca, que disse perceber “que a situação financeira dos Bombeiros se agravava mês após mês” e que estes não obtinham respostas por parte do Instituto Português de Emergência Médica, tendo o próprio solicitado uma reunião com Luís Meira, Presidente do Instituto.

O autarca apresentou ainda os números da corporação, e provou que apesar do número de assistências a ocorrências ser crescente, os bombeiros vinham constantemente a perder dinheiro, tendo no último ano perdido cerca de 100 mil euros.

A corporação que em 2023 já prestou mais de 2.450 assistências de socorro, teve uma quebra abrupta de receitas, em virtude da alteração da Lei que regulamenta a atividade, que está a estrangular a sua sustentabilidade financeira, colocando em causa o pagamento a fornecedores, que ainda vão suportando e entendendo a situação.

Nos dados apresentados pelo autarca, em 2020 os bombeiros salvaterrenses atenderam a 2.750 ocorrências, tendo recebido por isso 204.000 euros. Em 2021 atenderam cerca de 2.950 solicitações, tendo recebido 254.000 euros.

No ano passado a situação inverteu-se, pois apesar de terem atendido 3.350 chamadas de socorro, apenas receberam 186.000 euros.

Hélder Esménio lamentou ainda que o Presidente do INEM não tenha demonstrando sensibilidade para com os dados que este lhe apresentou, considerando que este deveria ter apresentado uma postura diferente, ainda que reconheça que poderia não ter uma solução imediata para resolver o problema.

“Na situação atual temo pelo futuro da associação, pois por mais que a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos financie a sua atividade, e todas as atividades, não só o socorro às emergências, neste ritmo o barco vai afundar”, lamentou.