População de Vale de Figueira exige reabertura de serviço de Correios

A população de Vale de Figueira, no concelho de Santarém, manifestou-se no dia 30 de novembro, durante uma reunião promovida pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santarém, exigindo a reabertura do posto de correios da localidade, encerrado há vários anos.

A comunidade local destacou que o encerramento do serviço tem deixado os residentes, em especial os idosos e mais vulneráveis, “desprovidos de um serviço essencial para pagamentos, envio e receção de correspondência e encomendas, bem como para o recebimento de pensões e outras prestações sociais”.

De acordo com os participantes, “a falta deste posto de CTT afeta negativamente a qualidade de vida dos residentes, contribuindo para o isolamento social e prejudicando o já frágil tecido económico e social da localidade”. A Comissão de Utentes considera que este é mais um reflexo da privatização dos CTT, que deixou “um serviço que era público à mercê de interesses privados e dos seus lucros”, sendo visto como “um ataque aos serviços públicos e à coesão territorial”.

Na reunião, que contou com cerca de 50 participantes, foram definidas várias ações, incluindo o pedido de reuniões com o Presidente da Junta de Freguesia, os membros da Assembleia de Freguesia e o Presidente da Câmara Municipal de Santarém. Além disso, foi decidida a presença de uma delegação na próxima sessão da Assembleia Municipal de Santarém para expor o problema e reiterar a exigência pela reabertura do serviço.

A população e a Comissão de Utentes também decidiram levar a sua reivindicação ao Conselho de Administração dos CTT, ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, e à Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República, na tentativa de resolver esta situação que impacta profundamente a comunidade.

Em declarações ao NS, Ricardo Costa, presidente da União de Freguesias de S. Vicente do Paúl e Vale de Figueira referiu que a autarquia já solicitou a abertura do posto aos CTT mas a empresa recusa-se a fazê-lo alegando que “não há movimento suficiente”. O presidente adiantou ainda ao NS que foi disponibilizado um espaço na delegação de a UF.

“Só precisamos que lá metam um funcionário, porque a União de Freguesias não tem meios financeiros para o fazer”, vincou Ricardo Costa. O autarca lamentou ainda que em 2007 a Assembleia de Freguesia tenha votado contra a abertura do posto de correios nas instalações da, à altura, Junta de Freguesia de Vale de Figueira, assumindo que se o tivessem aprovado neste o momento o problema não existia, devido à extensão do contrato.