Opinião – Acessibilidades

Decorrente das intempéries de Dezembro de 2022, a ponte da Escusa, (uma das sete pontes do Rio Sorraia) na Freguesia do Couço, ficou encerrada ao trânsito deixando a população envelhecida e fragilizada da Escusa num semi-isolamento, uma vez que as alternativas para chegar ao Couço, passam por uma única estrada de terra batida e para aceder a Coruche, terão de percorrer, a mais, cerca de 30 quilómetros.

A problemática descrita atinge uma gravidade extrema, quando se fala da titularidade da ponte citada, uma vez que nenhuma entidade a quer assumir; nem a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia (entidade que até aqui tinha a responsabilidade da sua gestão), nem a Câmara Municipal de Coruche, responsável pelo Caminho Municipal – Sol Posto – Escusa N.º 1436 – Escusa – Lamarosa – Caminho B e muito menos o Estado Central que não assume as responsabilidades que lhes são próprias.

Estamos a vivenciar, novamente, a inesquecível luta da população pela reabilitação da ponte de Santa-Justa que se arrastou por quase uma década, restando a uma única entidade, à Câmara Municipal, essa mesma reabilitação, pois, lamentavelmente, nenhuma das outras entidades envolvidas (ARBVS e Estado Central) a quiseram assumir.

Estas indiferenças levam-nos a um olhar mais profundo sobre as acessibilidades no Concelho de Coruche, a sua inexistência, e a necessidade urgente da sua existência, vejamos:

– A Estrada Nacional N.º 251, principal ligação ao Alentejo e Beira Interior, com um elevado tráfego Rodoviário de veículos pesados, ligeiros e agrícolas, é possuidora de dois pontos de perigosidade extrema para quem nela circula, a maioria diariamente, colocando as suas vidas em risco, na localidade da Azervadinha e ao quilómetro 53+800, entrada poente da vila do Couço, reconhecendo-a, segundo, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, como um dos três pontos negros de Sinistralidade do distrito de Santarém.

– A substituição das passagens de nível atuais por passagens elevadas na Fajarda, Agolada e S.Torcato.

– Ligações externas verdadeiramente estruturantes IC10 e IC13 são fundamentais para as ligações ao Alto Alentejo e à Área Metropolitana de Lisboa. Mas também é fundamental a criação da travessia do Vale do Sorraia desviando o trânsito pesado da vila e das nossas pontes. Estas infra-estruturas rodoviárias são essenciais para desbloquear o desenvolvimento regional. A sua concretização facilitará o acesso destes territórios a fundos comunitários, contribuindo para a coesão territorial e para a diminuição das assimetrias regionais.

-Ligações internas, grande extensão da rede viária municipal que não se encontra alcatroada, conduzindo a dificuldades nos acessos do interior do Concelho e a elevados custos de manutenção, dando como exemplo a estrada das Courelinhas – Santana do Mato.

Queremos o melhor para o nosso Concelho, para as nossas Freguesias, para a nossa Terra, para a nossa VIDA, com a qualidade que todos merecemos e esta temática das acessibilidades vive connosco diariamente, sendo parte integrante da nossa organização e da nossa economia diária.

Temos todos o dever de quebrar a indiferença através do simples ato solidário de dizer “NÃO”, de querer melhores acessibilidades para todos!