Monumentos classificados como nacionais tiveram 13 milhões de visitantes em 2022

17 Abril 2024, 19:41 Não Por Lusa

O património português considerado monumento nacional, como castelos, igrejas e palácios, acolheu 13 milhões de visitantes em 2022, a maioria estrangeiros, segundo um inquérito divulgado pelo Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC).

Os dados constam de um inquérito feito em 2023 pelo OPAC sobre a utilização, o acesso, os visitantes e os recursos humanos do património português em 2022 e que estava classificado como monumento nacional.

Comparando com 2021, ano ainda de ligeira recuperação das medidas de contenção da covid-19, 2022 registou um aumento de 116,4% no número total de visitantes.

Dos 13 milhões de visitantes contabilizados em 2022, 6,8 milhões (ou seja, 52,6%) foram estrangeiros.

Segundo o OPAC, como este é o quinto inquérito nacional sobre monumentos nacionais, é já possível fazer comparações estatísticas a vários anos, nomeadamente a um tempo anterior à pandemia da covid-19.

No caso do número de visitantes, o relatório final do OPAC apresenta dados desde 2017 (com 11,1 milhões de visitantes), concluindo que 2022 registou o número mais elevado de entradas em monumentos nacionais desde então.

O documento, intitulado “Da salvaguarda à valorização: Os Monumentos Nacionais de Portugal e a abertura ao público”, resulta de um inquérito a partir de uma amostra de 225 monumentos nacionais visitáveis, de um total de 345 considerados.

Foram excluídos 27 monumentos por terem estado encerrados ao público em 2022 ou por não serem visitáveis. Há ainda a assinalar que nem todos os equipamentos e edifícios classificados, como Património Mundial Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, responderam ao inquérito.

Segundo o OPAC, nove em cada dez monumentos nacionais visitados em 2022 eram religiosos ou militares, abrangendo capelas, igrejas, ermidas, catedrais, santuários, mosteiros, conventos, castelos, fortes e fortalezas.

Ao inquérito responderam ainda alguns palácios, um museu – Museu de Arte Sacra da Sé de Évora -, e outros monumentos nacionais de tipologia distinta, como o Parque Arqueológico do Vale do Côa (Foz Côa).

Segundo os resultados divulgados, apenas 38% dos municípios têm um monumento nacional visitável. E apenas seis municípios têm mais do que cinco edifícios patrimoniais com aquela classificação: Penafiel, Évora, Coimbra, Santarém, Porto e Lisboa.

No panorama global do país, quatro em cada dez monumentos nacionais visitados em 2022 situavam-se na região norte, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa, com 28,9% dos edifícios classificados mais visitados.

Quanto ao tipo de gestão dos monumentos nacionais visitados em 2022, houve uma “divisão equitativa” entre gestão pública e privada.

No setor público, a maior fatia da gestão coube aos municípios (29,8%), “mantendo uma tendência de subida verificada desde 2019, ano em foram responsáveis pela gestão de 24,1% dos monumentos nacionais inquiridos”.

O Ministério da Cultura tem diminuído a gestão daquele património, uma vez que em 2022 a percentagem situou-se em 14,7%, contra os 24,7% registados em 2019.

No setor privado, a Igreja Católica gere a maioria (36,4%) dos edifícios classificados como monumentos nacionais.

Quanto aos recursos humanos, os monumentos nacionais tinham 1.539 trabalhadores em 2022, ou seja, mais 267 do que em 2021.

Do total de trabalhadores contabilizados em 2022, a maioria – 60,8% – pertencia ao quadro de pessoal.

Sobre este inquérito nacional, o OPAC esclarece que é divulgado “num momento em que a estrutura administrativa para o património cultural conhece uma nova alteração”, com a extinção da Direção-Geral do Património Cultural e a criação de duas novas entidades – Museus e Monumentos de Potugal e instituto público Património Cultural -, mas que tal não interferiu nem nas fontes nem nos resultados.

O inquérito é ainda divulgado pelo OPAC na véspera de se assinalar, na quinta-feira, o Dia Internacional de Monumentos e Sítios.

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