O Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, destacou esta quarta-feira, em Santarém, durante a visita à feira Agroglobal, o papel estratégico do rio Tejo no futuro da agricultura portuguesa e no desenvolvimento económico do território.
Questionado sobre a navegabilidade e a possibilidade de construção de uma nova barragem, o governante afirmou que “a Água que Une” é um projeto nacional e que o Tejo está no centro dessa visão. “É muito importante o projeto que nós temos. A Água que Une onde investimentos nessa área, no rio Tejo, também são essenciais. Se nós pudermos e conseguirmos, e é esse o objetivo, armazenar a água para depois a distribuir numa rede interligada e eficiente, teremos ganhos claros”, afirmou.
José Manuel Fernandes sublinhou que a gestão integrada dos recursos hídricos permitirá “dar espaços onde o turismo esteja presente, nas margens, reforçar a atratividade do território e, em simultâneo, permitir investimentos que ajudem a evitar inundações”. O ministro frisou ainda a dimensão ambiental da estratégia, lembrando que “também é essencial garantir a regularização dos caudais ecológicos, havendo aí um objetivo ambiental muito claro”.
O plano “Água que Une” prevê um investimento de 5.400 milhões de euros até 2030 e de mais 4.000 milhões de euros até 2040. Para o ministro, é crucial acelerar este calendário: “Temos de acelerar esses investimentos. Muitos deles já estão em curso, mas precisamos de reforçar a execução porque é um objetivo nacional”.
A aposta, acrescentou, vai além da componente agrícola, mas terá neste setor uma prioridade evidente. “Estou a falar de projetos agrícolas, que serão reforçados e alargados. Estes investimentos vão permitir expandir os perímetros de regadio e aumentar a atratividade para novos investimentos agrícolas”, sublinhou.
O governante não deixou de frisar o impacto positivo esperado para as populações ribeirinhas e para o desenvolvimento regional. “Estamos a falar de um projeto que, além da agricultura, vai trazer benefícios para o turismo, para o ambiente e para a qualidade de vida dos cidadãos que vivem junto ao Tejo. É a água como fator de união e de futuro”, disse.
A Agroglobal, considerada a maior feira agrícola profissional do país, voltou a reunir em Santarém agricultores, empresas, associações e decisores políticos. No certame foram debatidos os principais desafios do setor, desde a gestão da água até à inovação tecnológica, sendo a intervenção do ministro marcada pela ênfase na urgência de concretizar investimentos estruturantes.
