Hospital de Santarém já realizou mais de 30 mil testes à Covid-19

4 Março 2021, 17:50 Não Por Redacção

Um ano depois de realizado o primeiro teste, o Hospital Distrital de Santarém (HDS) ultrapassou os 30 mil testes de diagnóstico à Covid-19, realizados pelo Serviço de Patologia Clínica, que representam mais de 1,1 Milhões de euros de investimento da unidade hospitalar.

De acordo com Isabel Padroso, que assimiu a DIrecção do Serviço de Patologia em Julho de 2020“inicialmente a média diária era de 96, mas, com o aumento do número de casos da doença, atingiu os 300”.

A actual directora do serviço, que acumula esta função com a liderança da área de Imunologia e Biologia Molecular Clínica assume que o novo coronavírus chegou como um “tsunami” e recorda que, desde a primeira fase, se tem sentido a escassez de reagentes para o diagnóstico do SARS CoV2 (Biologia Molecular) e de material consumível (como, por exemplo, tubos, placas e pontas de pipetas automáticas) para a realização dos testes, o que também se verifica a nível nacional.
Como a maioria dos profissionais precisava de formação para a execução das técnicas de PCR-RT clássica, necessárias para o diagnóstico da COVID 19, a opção inicial foi começar por fazer testes rápidos (Biologia Molecular).

No entanto, recorda, “o número de testes rápidos que iam sendo vendidos ao hospital foi diminuindo progressivamente e, como já não era possível dar resposta às necessidades dos doentes só com este tipo de testes, decidiu-se implementar novamente a PCR clássica, em Junho. No total, realizaram-se cerca de 2500 testes rápidos.

“Desde 1997 que no HDS se realizam testes de Biologia Molecular clássica (PCR-RT) para o diagnóstico e carga viral dos HIV1 e HCV. Inicialmente manual, foi-se automatizando gradualmente, até que em 2006 quase todo o material utilizado na PCR clássica deixou de ser utilizado. Actualmente, para esses testes, a extracção é totalmente automática e a amplificação e detecção também”, explica.

“A técnica PCR-RT clássica tem duas fases. A primeira, que ocorre numa sala própria, com uma câmara e uma antecâmara, a amostra é submetida a extração do material viral dentro de uma câmara de fluxo e o técnico tem de ter proteção completa, por manipular material potencialmente infeccioso. Depois dessa etapa, numa sala diferente, o material extraído é adicionado numa placa a reagentes específicos e é colocada num equipamento designado por termociclador, onde se procederá a amplificação e deteção. Dando-se a amplificação do genoma viral, é identificado o SARS CoV2”, explica.

No que respeita aos profissionais, juntaram-se à equipa mais uma médica especialista, quatro técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) e  dois assistentes operacionais. Dedicados à área Covid-19, estão em permanência 1-3 TSDT na extração e  amplificação.

A pressão de trabalho aumenta quando se verificam picos da pandemia. “Além dos doentes com Covid-19 propriamente ditos, é preciso fazer testes de diagnóstico aos doentes da pré-quimioterapia, antes de exames, pré-operatórios, às grávidas e aos acompanhantes das crianças”, diz.


Fotografia: Direitos Reservados

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