Faltam quase metade dos médicos necessários ao Hospital de Santarém

O Hospital Distrital de Santarém (HDS) está a funcionar com pouco mais de metade dos médicos que necessita, revelou esta segunda-feira a distrital do Bloco de Esquerda (BE) de Santarém, que esteve na passada semana na unidade hospitalar.

A visita que teve como grande objetivo a identificação dos “principais constrangimentos da unidade hospitalar”, constatou que “ HDS está a responder com um número de clínicos cerca de 40% abaixo do necessário”, sendo a ortopedia e medicina interna especialidades particularmente subdotadas e que deveriam ter o dobro dos clínicos existentes.

Ao BE a Administração do HDS reconheceu que a recusa dos médicos a fazerem mais de 150h extraordinárias está a dificultar muito a elaboração das escalas. Estas, ao contrário das dos enfermeiros, por turnos e num sistema de rotatividade, apresentam especificidades que têm de ser observadas.

 O BE recorda que o HDS cobre uma vasta área, com população muito envelhecida, bem como acolhe ainda idosos da Grande Lisboa a viverem em lares da região, mais baratos do que na capital, pelo que a recorrente carência de médicos de família e horários reduzidos nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) agravam a pressão sobre os serviços hospitalares, com a procura por utentes que deveriam ser atendidos nos Centros de Saúde.

“Para o Bloco de Esquerda ficou claro que se impõe o reforço da rede dos Cuidados de Saúde Primários, como forma de aliviar a pressão sobre os serviços hospitalares, a quem a população recorre na falta de respostas de proximidade”, referem os “bloquistas”, que acrescentam que é preciso reforçar também os quadros do próprio HDS e para tal exige-se uma resposta nacional positiva às exigências dos clínicos, nomeadamente com melhores remunerações, horários de trabalho menos penalizadores e carreiras motivadoras.