“Comer de Carne” regado com bom vinho deliciou comensais e deu mote para atrair a Coruche apreciadores de bons paladares (com Fotos)

13 Novembro 2023, 20:06 Não Por João Dinis

O concelho de Coruche celebrou no último fim-de-semana um encontro entre a ruralidade e as tradições, com a primeira edição do “Comer de Carne”, que levou aos restaurantes e quintas do concelho, um prato tradicional da cozinha coruchense.

Um dos eventos do fim-de-semana decorreu na Quinta da Arriça, que tal como o território que ali une três concelhos, Coruche, Montemor-o-Novo e Montijo, uniu muitos apreciadores da iguaria coruchense, que o regaram com o excelente vinho da responsabilidade de Arlindo Botas.

A antecipar a degustação do “Comer de Carne”, que também é conhecido em algumas freguesias como “Sopas de Carne”, uma prova dos diversos vinhos produzidos na Quinta da Arriça, que anualmente produz diretamente e com uvas de vinha própria mais de 30 mil litros do precioso néctar.

Arlindo Botas, que se demonstrou bastante entusiasmado com a iniciativa, sobretudo por ver a sua casa cheia de amigos à volta de boa comida e de um bom vinho, explicou ao NS que o calor deste ano foi prejudicial para a vinha, mas que ainda assim, graças à sua experiência e saber fazer, vai conseguir apresentar um bom vinho, que em breve será apresentado ao público.

Para o Presidente da Câmara Municipal de Coruche, que participou nesta iniciativa, esta tinha com objetivo “dar identidade à nossa gastronomia, mas também promover e ajudar a nossa economia local, nomeadamente ao nível da restauração e das adegas que aderiram a estas iniciativas.”

O evento “Comer de Carne”, deixou na autarquia um “feedback muito positivo da adesão das pessoas, não só à restauração, mas também aos grupos que vieram a estas adegas”, o que significa “que esta iniciativa, que este ano se iniciou, obviamente tem condições de ter continuidade, não só promovida pela Câmara Municipal em parceria com a nossa restauração local, mas também de forma autónoma, pelos próprios restaurantes e pelas próprias adegas que podem dinamizar estes encontros, dinamizar estas iniciativas que possam trazer até ao nosso concelho pessoas para vir degustar esta comida típica da nossa região do Ribatejo, e obviamente todos nós.”

Esta iniciativa fez também recordar tempos antigos e “das comidas dos nossos antepassados”, “hoje com outra recriação, com outra preparação, mas sempre com a mesma identidade do Ribatejo”.

Esta foi uma oportunidade para recordar também “a matança do porco”, que serviu durante muitos anos para a subsistência de muitas famílias do concelho de Coruche, a que depois juntavam os produtos que cultivavam na horta.

“Hoje nós fazemos estas iniciativas que para marcar de facto esses tempos e marcar essa identidade gastronómica, mas claro, antigamente as pessoas faziam isto quase o seu dia-a-dia, porque era o que tinham para comer, era essa a sua vivência”, recorda Francisco Oliveira.

Para embelezar o evento, o Rancho Folclórico da Branca marcou também presença, animando depois a tarde com as suas danças e cantares.

Este foi também um evento que lançou um “embrião”, “no sentido também de autonomizar não só as empresas de restauração, mas também as casas agrícolas que nós temos no concelho, que têm esta capacidade e têm esta dimensão para fazer estas iniciativas também de forma autónoma, as promoverem junto dos seus clientes, junto da sociedade civil, fazendo convites alargados”, para este tipo de eventos de demonstrado sucesso.

“Eu diria que isto pode ser lançado de forma autónoma, porque já percebemos que esta gastronomia tem aceitação e tem, de facto, muita procura”, refere Francisco Oliveira, que acrescenta que estas iniciativas são importantes para a economia do concelho ainda que possam ter que sofrer alguns ajustes, nomeadamente no que diz respeito ao programa cultural. “Porque não um dia, uma noite de fados e a degustação da comida de carne ou das sopas de carne?, Porque não um espetáculo de folclore alicerçado também nestas iniciativas..”-

“No fundo é juntar aquilo que nós temos de melhor, que é a nossa comida e a nossa gastronomia, as nossas tradições ao nível da música e do folclore e a nossa gente e dar a conhecer esta nossa identidade rural e a identidade do povo ribatejano”, conclui o autarca lançando agora o desafio aos empresários da restauração do concelho.

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