Falta de médicos em Salvaterra de Magos leva Presidente da Câmara a pedir “medidas excepcionais”

17 Maio 2022, 22:17 Não Por João Dinis

O Presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, defendeu a criação de “medidas excepcionais” para resolver o problema da falta de médicos no concelho de Salvaterra de Magos, onde 75% da população não tem médico de família.

Dos 12 médicos de medicina geral e familiar que deviam estar ao serviço da população, de 22 mil habitantes, apenas existem três, correspondendo a uma cobertura de 25% da popualção.

 “Uma coisa é termos um país que tem cerca de 12% da população sem médico de família (…), outra coisa é num determinado território não termos 50% de cobertura médica ou 75% de cobertura por médicos de família”, disse Hélder Esménio à Agência Lusa.

Além dos três médicos, os serviços vão sendo minimizados pela prestação de serviços de dois médicos a meio tempo, ainda que estes não possuam especialidade de medicina gera e familiar.

Hélder Esménio considera ser fundamental que o Ministério da Saúde possa ter ferramentas que permitam fazer subir os vencimentos dos médicos, para os atrair para os territórios onde há escassez de médicos.
O autarca considera que são necessárias “ferramentas de emergência” que permitam acelerar a contratação de médicos.

À Agência Lusa o autarca voltou a salientar que na reunião realizada com o sector da saúde, Ministério e Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, este pediu o reforço dos médicos, em número mínimo de quatro, sendo que em breve irá abrir um concurso.

A criação da Unidade de Saúde Familiar (USF) seria fundamental para a atracção de mais médicos, uma vez que o vencimento dos clínicos seria substancialmente maior. A criação da USF tem esbarrado na falta de médicos, no que o autarca considerou como de “pescadinha de rabo na boca”.

No concelho de Salvaterra de Magos, sobretudo nas freguesias de Glória do Ribatejo e Marinhais, a situação tem sido mitigada com médicos estrangeiros, a quem a autarquia atribuiu habitação, que vão dando algumas consultas aos cerca de dois mil habitantes das localidades.

 “Mas continua a ser panaceias porque, enquanto nós não conseguirmos fixar médicos na especialidade, nunca conseguiremos ter as USF (…). Se não temos médicos nunca conseguiremos dar o passo seguinte”, frisou.

Também o Centro de Saúde de Salvaterra de Magos mereceu a atenção do autarca, pedindo que o Ministério da Saúde finalize a intervenção na cobertura, de modo a evitar que volte a chover no seu interior, como aconteceu no Inverno passado, situação que foi preponderante para a não aceitação das competências da área da saúde por parte da autarquia de Salvaterra de Magos.

Recorde-se que no passado dia 11 de Maio, Marta Temido, Ministra da Saúde,  afirmou que a falta de médicos no Centro de Saúde de Salvaterra de Magos é “uma situação que nos preocupa bastante”, em resposta à deputada socialista Mara Lagriminha, que em sede de audição da Ministra da Saúde no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado, questionou a governante sobre a situação da saúde no concelho de Salvaterra de Magos.

A responsável da pasta da saúde, salientou ainda que “o que nos pedem é a abertura de quatro vagas” a que esta referiu que “procuraremos obviamente responder”, já neste primeiro concurso de 2022, que se encontra a decorrer.

Marta Temido abordou ainda a questão da construção do Posto de Saúde de Marinhais, em sede de PRR, “algo que já está previsto”, não esclarecendo no entanto os timmings em que decorrerá a construção do mesmo, para a qual o Município de Salvaterra de Magos encontrou já um terreno.

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