Derrocadas, infiltrações e danos estruturais na Esquadra da PSP de Santarém preocupam sindicato (com Fotos)

12 Janeiro 2024, 8:30 Não Por André Azevedo

Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional de Polícias (SINAPOL) demonstrou elevada preocupação com as condições da esquadra da PSP de Santarém. As instalações apresentam problemas estruturais havendo já registo de derrocadas de telhados, infiltrações nas camaratas, nomeadamente nas destinadas às agentes femininas.

Segundo um relatório que chegou ao sindicato os pavilhões contíguos à entrada de veículos de polícias e funcionários civis estão em completa decadência, em risco de derrocada devido à degradação tendo, contudo, alguns dos telhados já ruído, o que põe em causa a segurança de quem ali passa. Já no interior do edifício as infiltrações causam inundações nas camaratas e nas escadas que lhe dão acesso, assim como junto à cantina e à escadaria de acesso, o que criando um enorme risco de queda.

O relatório menciona ainda a falta de meios técnicos e de recursos humanos. No capítulo dos meios técnicos as queixas passam pela falta de material de economato, como impressoras, toners, e resmas de papel. As viaturas são também um dos pontos negros apontados pelo relatório, especialmente as viaturas descaracterizadas. As unidades que fazem uso deste tipo de viaturas queixam-se que a grande maioria está num estado lastimável, com graves deficiências mecânicas, havendo inclusive viaturas que chumbaram na Inspecção Periódica Obrigatória. O relatório refere ainda que há viaturas alocadas às unidades que acabam por ser distribuídas a oficiais quando as suas viaturas avariam, deixando o trabalho policial em causa.

Os recursos humanos são também eles escassos, deixando em causa a segurança da população escalabitana. Relembre-se que, recentemente (verificar data), ocorreram dois acidentes rodoviários em simultâneo (uma colisão na Circular Urbana de Santarém e um atropelamento junto à escola D. João II). Uma vez que só havia uma patrulha de serviço, não houve uma resposta breve ao atropelamento, nem a qualquer outra ocorrência que acontecesse neste período de tempo. O relatório revela ainda que muitas vezes o “graduado de serviço” (elemento que está no interior da esquadra e recebe quem lá se desloca), não tem um sentinela, comprometendo a sua segurança e a da própria esquadra. O que é uma violação das diretrizes da própria Direcção Nacional, que definem a obrigatoriedade da existência de um elemento de sentinela.

O presidente do SINAPOL garante que vai ser solicitada uma inspecção das condições à Inspecção Geral da Administração Interna. Armando Ferreira admite que é necessária uma intervenção rápida. “Não temos tempo para esperar até 2026”, referindo-se ao prazo apresentado pelo Governo para o culminar do investimento de 600 milhões de euros anunciado para requalificar as infraestruturas das esquadras, a nível nacional. “Vamos duplicar ou triplicar os custos se não intervirmos com rapidez”, vinca Armando Ferreira, justificando que se não houver uma manutenção em tempo útil a única solução será construir novas infraestruturas, o que representará um acréscimo dos custos.

Relativamente ao caso específico da esquadra de Santarém, o sindicalista pede ao futuro comandante da divisão, (o anterior cessou funções, entrando em pré-aposentadoria), que procure também “encontrar sinergias com as autarquias para resolver problemas”, garantindo que estas podem ser aliados importantes para substituir as responsabilidades que são, por dever, do Estado.

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