Coruche sem equipas de prevenção a incêndios como medida de protesto

16 Maio 2023, 21:14 Não Por Redacção

A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) anunciou esta terça-feira, que os Bombeiros Municipais de Coruche (BMC) “não conseguem assegurar a primeira fase do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), entre o período de 15 a 31 de maio, uma vez que não dispõem de Bombeiros suficientes para garantir uma equipa de combate a incêndios florestais.”

Segundo a ANBP “esta situação resulta da falta de efetivos e da relutância do Município em alterar o atual horário de trabalho de oito horas diárias”, garantindo estes que “se os horários de trabalho fossem reorganizados em turnos de 12 horas, os Bombeiros já teriam mais disponibilidade.”

Entre as reivindicações dos bombeiros estão também o pagamento do horário extraordinário, a retribuição do trabalho realizado em dia de feriado, bem como o subsídio de turno de 25%.

Segundo a ANBP diariamente apenas estão “quatro a cinco bombeiros de serviço”, o que apenas garante “uma ambulância ou excecionalmente duas ambulâncias ao serviço. “

No entendimento da associação “o socorro em Coruche está dependente da “sorte”, porque o dispositivo atual não consegue assegurar uma resposta ao Pré-Hospitalar e, ao mesmo tempo, assegurar o combate a incêndios ou uma intervenção em acidentes graves”, ao contrário do que acontece em outras corporações de bombeiros, considerando estes que em Coruche “há uma regressão no socorro de mais de 20 anos com este modelo.”

“A população de Coruche não pode estar dependente da sorte e da hora das ocorrências, muito menos dos toques de sirene a chamar os Bombeiros de casa”, considerando a ANBP que esta é uma situação “deplorável.”

Segundo a ANBP estes já apresentaram diversas propostas de alteração de horário, “nomeadamente a reorganização de turnos de 12 horas, ao exemplo dos restantes corpos de Bombeiros do país, assim como o reforço de efetivos”, sem que até ao momento as medidas tenham sido aceites pelo Município de Coruche, que tutela a corporação.

“Nas várias reuniões que tivemos com o presidente da autarquia, Francisco Oliveira, o mesmo referiu sempre que, caso o Comandante e as duas chefias do corpo de bombeiros concordassem com o horário de 12 horas, este seria alterado imediatamente”, refere a associação, que apelam ao “município que exerça o seu poder para a resolução destes problemas que afetam os Bombeiros de Coruche.”

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