Bombeiros de Salvaterra fazem de viatura obsoleta para o ICNF um veículo de apoio fundamental (com Fotos)
14 Novembro 2024, 20:15Os últimos meses na oficina dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos foram de grande azáfama na preparação de uma viatura que havia sido do Instituto Português de Conservação das Florestas (ICNF), que estava dada como obsoleta, mas que após muitas horas de trabalho ficou “como nova” e será agora o novo Veículo de Transporte Tático de Pessoal, apoiando a corporação nas missões de socorro em que vier a estar empenhada.
A viatura tem 21 anos, mas com uma reparação, pintura e alguns componentes novos, ficou devidamente preparada, e passou com distinção na inspeção periódica, sendo que o seu motor é reconhecido como um dos melhores para os veículos de socorro.
Esta quinta-feira, António Nunes, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que perante os bombeiros presentes reiterou todo o apoio da Liga na defesa dos bombeiros portugueses, anunciando que se encontra em negociações com o Governo, para que “2025 seja um grande ano para os bombeiros”, sobretudo no que diz respeito às condições da carreira.
Luís Martins, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, agradeceu à Liga dos Bombeiros Portugueses a cedência desta viatura, que muito irá auxiliar a corporação, deixando também uma palavra a todos os bombeiros que prepararam a viatura, em especial ao Bombeiro Idalécio Cardoso, que dedicou muitas das suas horas livres na recuperação da viatura.
Para Paulo Dionísio, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, esta é mais uma viatura que ficará ao serviço da população, no seu socorro.
“Esta é a prova também que muitas vezes Portugal precisa de olhar de outra forma para o que tem”, começa por referir ao NS António Nunes, que salienta que “este é um conjunto de viaturas que estavam dadas como perdidas pelo ICNF. A Liga dos Bombeiros Portugueses fez um protocolo com o ICNF a solicitar-lhe 30 viaturas. Até ao momento só tivemos 15 e algumas em muito mau estado. De qualquer forma, nós entendemos que alguns corpos de bombeiros teriam a possibilidade de, com os meios próprios, num espírito daquilo que caracteriza um corpo bombeiro voluntário, até que permite uma certa cumplicidade dos seus bombeiros perante alguma coisa que é feita por eles.”
Para António Nunes, este tipo de ações permite verificar que “algumas instituições públicas têm equipamentos que não são necessários, nem são utilizados e que entregues aos bombeiros voluntários, nós podemos completar as nossas missões em socorro das populações e servir as comunidades onde estão inseridos”, pelo que entende que “é de louvar esse espírito de, eu diria, de organização e de gestão que os Bombeiros Voluntários têm.”
“E continuar também a afirmar que o modelo que nós temos em Portugal, que é ter Corporações de Bombeiros Voluntários, defendendo que a primeira linha de intervenção seja feita por profissionais dentro destes corpos de bombeiros, vem beneficiar as populações no sentido de garantir que em qualquer momento tem a possibilidade do socorro”, disse
O Presidente da LPB considera que este tipo de ações vem também “incentivar as próprias comunidades em continuar a apoiar os Corpos de Bombeiros Voluntários, porque ficou demonstrado, ainda na semana fatídica de setembro, dos fogos florestais no norte do país, onde foram chamados cerca de 5000 bombeiros voluntários, que se não tivesse sido este modelo, nós não teríamos os 5000.” “O modelo permite que a primeira linha seja feita por esses profissionais dos corpos de bombeiros e o reforço é feito com os bombeiros voluntários e muitos deles, que são profissionais durante um período do tempo, são voluntários no restante período do dia”, “e isso é bastante importante para todos podermos contar com a máxima força quando há um acidente grave, uma catástrofe ou uma calamidade”, concluiu.