Bombeiros da Golegã celebram “80 anos a fazer a diferença na vida de todos” (com Fotos)

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Golegã (AHBVG) assinalou oito décadas de existência, em cerimónia que decorreu na manhã deste sábado, 22 de Julho, no quartel dos bombeiros. A cerimónia, que para além de assinalar a data foi ainda pretexto para condecorar vários elementos do corpo de bombeiros e inaugurar as duas novas viaturas da corporação (um veículo de apoio logístico e um autotanque) contou com a presença da secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Duarte da Costa, do comandante regional de Lisboa e Vale do Tejo, Elísio Oliveira, de Paulo Cardoso, em representação da Federação de Bombeiros de Santarém, do presidente da mesa da Assembleia Geral da AHBVG, Mário Moço, do presidente da associação Mário Rodrigues, da comandante da corporação Oriana Brás e do presidente da autarquia goleganense, António Camilo. 

A cerimónia iniciou-se com a tradicional parada em frente ao quartel, sob o olhar atento de perto de uma centena de goleganenses, que fizeram questão de marcar presença para apoiar quem lhes presta auxílio em tempos de necessidade. A cerimónia seguiu para o interior do quartel, mais propriamente para o salão nobre, onde para além das referidas homenagens os presentes tomaram da palavra, destacando-se as intervenções da comandante Oriana Brás, de Mário Rodrigues, de Duarte da Costa e da secretária de Estado, Patrícia Gaspar.

A comandante Oriana Brás deixou palavras de agradecimento à secretária de Estado pelo apoio demonstrado aos Bombeiros Voluntários da Golegã, no seu caso específico, e aos bombeiros portugueses no geral. Agradeceu ainda a António Camilo pelo apoio na criação e nos custos que acarreta a equipa de intervenção permanente e que a corporação e a associação estão a desenvolver esforços para a criação de uma segunda equipa. A comandante agradeceu ainda aos seus homens e mulheres pelo trabalho que desenvolvem todos os dias, caracterizando-os de “uma massa humana de grande qualidade”, deixando ainda palavras de agradecimento às famílias que são “o suporte dos nossos bombeiros”. Dirigiu-se ainda às vozes que diz criticarem “a operacionalidade dos bombeiros” referindo-se como “potes de fumo” lançados por interesses externos. 

Mário Rodrigues saudou o trabalho dos bombeiros da Golegã mas não deixou de relembrar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela AHBVG no melhoramento das condições gerais da corporação, lembrando os melhoramentos feitos nas instalações do quartel e na manutenção e aquisição de veículos. Estas melhorias foram o mote para lançar críticas ao Governo Central pela falta de apoios aos bombeiros, já que refere que a maioria dos investimentos foram feitos com o dinheiro da própria associação, referindo que só em manutenção de viaturas foram gastos mais de 50 mil euros, dinheiro que entende que tem que ser apoiado, em grande parte, pelo Estado. O presidente da AHBVG deixou ainda um recado que dirigiu a todos os elementos ligados aos Bombeiros Voluntários da Golegã: “Não percam o comboio da modernidade, ou arriscam-se a cair dele”. 

Duarte da Costa identificou três problemas basilares que carecem de uma resolução urgente por parte do Governo Central. A necessidade de apoiar financeiramente as corporações para melhorar as condições de prestação de socorro, melhorar a atratividade das carreiras de bombeiro de modo a atrair mais elementos para suprimir a inegável falta de pessoal e o reequipamento das corporações.

A secretária de Estado da Protecção Civil começou por congratular os “80 anos a fazer a diferença na vida de todos” e usou da palavra para referir os aumentos orçamentais para a Protecção Civil, especialmente nas áreas da prevenção, num reforço monetário que ronda os 30 milhões de euros. A estadista, que chegou a exercer funções de 2º comandante operacional nacional e comandou a operação de combate ao incêndio de Monchique em 2017, como relembrou, referiu ainda sentir orgulho por ver uma corporação de bombeiros comandada por uma mulher, referindo ainda que embora “legalmente a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é igual, na prática sai muito mais caro às mulheres”.