Atleta de Almeirim vai pedalar de Quito a Ushuaia em nova “aventura solidária”

12 Junho 2023, 17:22 Não Por Lusa

O atleta almeirinense Pedro Bento parte no próximo dia 23 do Equador para pedalar cerca de 10.500 quilómetros até Ushuaia (Argentina), extremo sul da América Latina, em mais uma “aventura solidária” do seu projeto “1 euro por 1 quilómetro”.

Pedro Bento, que em 2019 pedalou perto de 10.000 quilómetros entre Almeirim (Santarém) e Katmandu (Nepal), em 71 dias, disse hoje à agência Lusa que tem 80 dias para percorrer, de bicicleta, os 10.500 a 11.000 quilómetros que separam Quito (capital do Equador) de Ushuaia, também conhecida como “terra do fim do mundo”.

Esta será a terceira aventura com fins solidários, depois de, em 2021, ter pedalado entre Katmandu e o campo base do Evereste, destinando-se os donativos que forem agora obtidos a três crianças de Almeirim que sofrem de uma síndrome rara e, novamente, para crianças desfavorecidas do Nepal, sendo objetivo chegar aos 10.000 euros, disse.

Em 2021, os 450 quilómetros feitos em 11 dias – tornando-se no “primeiro português a levar uma bicicleta até ao campo base do Evereste” e “o único” a fazer o percurso sozinho – reuniram perto de 3.330 euros para assegurar 10.000 refeições a crianças nepalesas desfavorecidas, em mais uma parceria com o projeto Dreams of Katmandu, do português Pedro Queirós, e também com o Rainbow Volunteer Club.

Em 2019, o objetivo foi angariar fundos para os Bombeiros Voluntários de Almeirim, em agradecimento pelo apoio recebido depois do acidente grave que sofreu em abril de 2017, e para o Dreams of Katmandu.

Nesta nova aventura sob o lema “1 euro por 1 quilómetro”, parte da verba será destinada a comprar material ortopédico, como cadeira de roda, coletes ou apoio nas sessões de fisioterapia, para as três crianças de Almeirim.

Outra parte dos 10.000 euros definidos como objetivo volta a destinar-se a apoiar a educação de crianças nepalesas, salientando Pedro Bento que algumas das crianças apoiadas pela Dreams of Katmandu desde 2015, na sequência do mais violento terramoto que atingiu o país, são hoje voluntárias, ajudando outras crianças, num “efeito bola de neve”.

O objetivo é comprar equipamento para uma escola privada, onde um professor, a título voluntário, dá aulas a 80 crianças de bairros desfavorecidos e, se sobrar alguma verba, para refeições para essas crianças, adiantou.

Aventurando-se sempre sozinho, Pedro Bento afirmou que, mais uma vez, pedalará sem qualquer apoio.

“Será uma aventura toda ela feita a solo. Eu é que vou ter que fazer de mecânico, fazer de nutricionista, de psicólogo, atleta, fotógrafo e tudo por aí fora”, afirmou.

A aventura de Pedro Bento pode ser acompanhada diariamente nas suas páginas do Instagram e do Facebook, onde estará disponível informação sobre como contribuir para a causa, bem como, no final, demonstração de como a verba obtida foi gasta, disse.

Em 2019, o objetivo inicial era garantir bolsas de estudo e alimentação a dois jovens nepaleses, mas a verba angariada, perto de 11.000 euros, permitiu comprar um uniforme e livros escolares para um outro jovem de um orfanato local e pagar uma ida das oito crianças desse orfanato, pela primeira vez, a uma piscina.

Aos bombeiros de Almeirim foram oferecidos 10 fatos de proteção e combate a incêndios e, com o excedente, e obtido o acordo da maioria dos seguidores da sua página, auxiliou na compra de uma cadeira de rodas desportiva para Luís Jejum, o atleta natural da Golegã (Santarém) que sofreu graves lesões na coluna num acidente durante uma prova de BTT na Carregueira (Chamusca), em setembro de 2017.

Pedro Bento, que conheceu o projeto Dreams of Katmandu quando participou numa prova naquele país, em 2016, sofreu um acidente de moto em 01 de abril de 2017 quando fazia o reconhecimento do percurso para uma prova de BTT que se realizava no dia seguinte.

Contra todas as previsões, Pedro Bento não só não ficou em cadeira de rodas, como conseguiu recuperar fisicamente a ponto de voltar a uma prática desportiva que lhe tinham dito que nunca mais iria fazer, relatou à Lusa.

A motivação de “agradecer e ajudar” levou-o a iniciar o projeto de aventuras solidárias.

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