Associação empresarial de Santarém aposta nas acessibilidades e internacionalização

28 Janeiro 2024, 16:34 Não Por Lusa

A melhoria das acessibilidades, com uma nova travessia sobre o Tejo, o incremento das energias renováveis, com o projeto Ribatejo Verde, e um reforço da internacionalização são apostas da nova direção da associação empresarial da região de Santarém – Nersant.

Em declarações à Lusa, o presidente da Nersant, António Pedroso Leal, destacou que o orçamento para 2024, de 1,9 milhões de euros (ME), “claramente superior ao do ano passado (de 1,5 ME), define “duas grandes áreas de investimento” para as empresas da região.

“Uma delas é a internacionalização, pretendemos continuar o papel da internacionalização em vários países, sobretudo da Europa, onde a estabilidade política e económica se mantém, e, por outro lado, manter apoio àquilo que é o nível interno das nossas empresas, promover o nosso tecido empresarial, realizar formações e promover o empreendedorismo, que é o nosso ‘core business’”, indicou Pedroso Leal, de 63 anos.

Segundo o dirigente, “é muito nessa área, da promoção das empresas, dos produtos da região” que vão investir, passando a “grande estratégia” pela aproximação e parcerias com institutos politécnicos para a formação profissional.

Outra das apostas da associação empresarial passa pela “sustentabilidade ambiental” e pela “preservação da natureza”, tendo Pedroso Leal defendido uma “energia verde e sem poluição”.

“E essa preocupação, quando falamos em Ribatejo Verde, é uma preocupação que deve estar presente nos empresários da nossa região, porque a economia não é o lucro desenfreado, é o lucro a pensar naquilo que vem a seguir”, defendeu.

Ao nível político, disse ter tido “algumas abordagens com os deputados da região, dos vários partidos”, no sentido de lhes “dar elementos necessários para que tomem posição relativamente à região e que a defendam”, como uma nova travessia sobre o Tejo, na zona entre Chamusca e Abrantes, entre outras.

“O que a Nersant tem como preocupação é exatamente as grandes acessibilidades. Eu olho para a Chamusca e vejo uma ponte que necessita claramente se ser substituída (…). Por outro lado, o interior tem custos associados com a utilização das portagens. Há que olhar para esses custos associados às empresas”, sinalizou.

O dirigente defendeu ainda a criação da uma nova NUT II (Nomenclatura de Unidade Territorial) que agregue numa só região, para efeitos de candidaturas de projetos, as sub-regiões do Médio Tejo, da Lezíria e do Oeste, ao contrário do atual modelo de financiamento, em que umas empresas do mesmo distrito concorrem aos apoios do Alentejo e outras aos do Centro.

Com sede em Torres Novas, a Nersant conta hoje com 3.100 associados, entre micro, PME´s e grandes empresas, que representam “mais de 90% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da região de Santarém” e “tem um peso no Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 4,05%”, indicou o gestor.

“Em 10 anos, foram criadas 750 empresas novas (…) Dessas empresas, 92% mantiveram-se em atividade ao fim de dois anos. É uma das melhores taxas a nível nacional. Sessenta e um milhões de euros foi o volume de negócios que essas 750 empresas geraram. Foram 1.287 postos de trabalho”, destacou Pedroso Leal.

“Para a próxima estatística, no lugar de termos 750 empresas, temos 1.500. Portanto, a aposta é sempre criar e multiplicar”, afirmou.

Para este ano estão programadas “duas ou três grandes atividades”, como uma gala de distinção de empresários, uma feira do imobiliário e um ‘boot camps’ para promover as empresas do Médio Tejo e da Lezíria do Tejo.

“Queremos ser os agentes aglutinadores desta relação entre empresas, comunicação social, institutos politécnicos e o poder político local, regional e nacional. É nesta simbiose que vamos desenvolver as nossas atividades para os próximos três anos”, concluiu.

No âmbito da rede Startup Ribatejo, a Nersant dispõe atualmente de incubadoras de empresas em Abrantes, Torres Novas, Alcanena, Ourém e Santarém.

Com 24 funcionários, a Nersant, além da sede, em Torres Novas, dispõe de núcleos em Abrantes, Ourém, Santarém, Cartaxo e Benavente, numa “política de proximidade às empresas”.v

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