As obras de requalificação da Ponte Marechal Carmona, que liga das duas margens do rio Tejo, em Vila Franca de Xira, estão “suspensas”, depois da Teixeira Duarte ter contestado o facto da Infraestruturas de Portugal (IP), ter decidido adjudicar a obra de 22 milhões de euros à Conduril.
Segundo revê a IP ao jornal Observador, a Conduril terá apresentado “menor preço e melhor avaliação técnica”, para a empreitada que iria reabilitar a travessia do Tejo, que une os concelhos de Vila Franca de Xira a Benavente (Samora Correia), e que diariamente é utilizada por milhares de veículos pesados e ligeiros.
O processo, que decorre no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, opõe a Teixeira Duarte à IP, e o Juiz que o detém, não aceitou o fundamento apresentado pela gestora das infraestruturas de Portugal, que invocou o interesse público da obra.
Em março do ano passado, a IP, explicou, em nota de imprensa, que a obra, visa “a reabilitação geral, incluindo o tabuleiro rodoviário”, reforçando a “segurança estrutural da ponte à ação sísmica”.
Entre os trabalhos previstos está, o reforço dos pilares da ponte, junto à base, a “substituição dos aparelhos de apoio nos pilares-parede, encontros e pilares marginais por novos apoios de isolamento sísmico”, a substituição das juntas de dilatação do tabuleiro, “para acomodar os deslocamentos sísmicos”, e a “introdução de amortecedores entre o tabuleiro e os pilares marginais”.
A empreitada iria também incluir a reparação de zonas danificadas do betão, melhorias dos sistemas de recolha e drenagem da água nas juntas de dilatação do tabuleiro, a impermeabilização e repavimentação do tabuleiro e a “proteção geral e tratamento local das estruturas metálicas”.
Esta litigância judicial pode colocar em causa a segurança de todos os que diariamente utilizam Ponte Marechal Carmona, e está a deixar preocupados os autarcas dos concelhos que são servidos por esta travessia de 1.224 metros, que foi inaugurada em 30 de dezembro de 1951, naquela que era na altura a primeira travessia a ligar as duas margens do Tejo, e que até agora tem recebido pequenas reparações, que não têm garantido a sua necessária “atualização” face ao tráfego atual.
A obra, que tinha um prazo de execução previsional de 900 dias, cerca de três anos, iria decorrer maioritariamente durante a noite, de acordo com o plano apresentado pela IP, poderá agora demorar muitos mais anos a arrancar, num processo que se poderá arrastar muitos anos pelos tribunais.






