Recolha de resíduos urbanos em Alpiarça passa a ser feita pela Ecolezíria

4 Setembro 2024, 12:12 Não Por André Azevedo

A recolha dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no concelho de Alpiarça vai passar a ser feita pela empresa intermunicipal Ecolezíria. A decisão foi aprovada na reunião do executivo municipal, com votos contra da CDU, que se realizou na manhã de quarta-feira, 4 de setembro.

A recolha destes resíduos era feita pela própria autarquia, mas segundo a líder do executivo, Sónia Sanfona (PS), o município tem enfrentado algumas dificuldades em prestar um serviço eficaz já que as duas viaturas de recolha de resíduos estão desgastadas e com “avarias constantes”.

A autarca referiu ainda que substituir as viaturas é um custo que não é possível ao município suportar, especialmente porque não tem acesso a financiamento europeu para o fazer, já que para isso é preciso que a taxa de cobertura de custos se cifre nos 80% enquanto a de Alpiarça está na casa dos 30%. Sónia Sanfona deu ainda nota da necessidade de adquirir duas viaturas para dar resposta à recolha do lixo indiferenciado e dos resíduos separados (ecopontos), uma vez que não há a possibilidade de fazer turnos extra com apenas uma viatura.

As novas regras da União Europeia e da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) que preveem a obrigatoriedade da recolha seletiva de resíduos e do cumprimento das metas do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos impõe uma necessidade de “investimento substancial que não temos capacidade para fazer”, vincou a autarca socialista.

Na impossibilidade do Município de Alpiarça manter um serviço de recolha eficiente o executivo tomou a decisão de delegar essa responsabilidade na Associação de Municípios para o Tratamento de Resíduos Sólidos (RESIURB), detentora da Ecolezíria.

Questionada pelo NS se estava a par das críticas que têm sido levantadas à gestão dos resíduos feita pela Ecolezíria, por exemplo nos concelhos de Coruche e do Cartaxo, a autarca garantiu que a Ecolezíria tem capacidade de prestar um serviço eficaz, embora reconhecendo as dificuldades, motivadas pela adaptação às novas regras. A autarca explicou ainda que se mais municípios tiverem “disposição para integrar estes serviços, ajuda a robustecer a empresa e a dar-lhe condições para que possa melhorar cada vez mais os seus serviços”.

A autarca deixou ainda críticas à “falta de responsabilidade” na separação do lixo, na colocação de resíduos fora dos contentores e na colocação de alguns tipos de resíduos que danificam, muitas vezes, contentores e viaturas de recolha.

“A par da busca dos municípios em prestarem cada vez melhor serviço é preciso também haver uma parte de educação ambiental e formação das pessoas no sentido de perceberem que está do lado delas o sucesso, ou não, desta empreitada que é complexa”, concluiu Sónia Sanfona.

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