Rio Maior Sports Centre é referência internacional da alta competição

18 Julho 2024, 8:49 Não Por André Azevedo

É na cidade de Rio Maior que se encontra um dos mais avançados centros de treino desportivo do país – O Rio Maior Sports Centre (RMSC), que ao longo dos anos tem sido a escolha preferencial de atletas de alta competição de várias modalidades e países. O NS foi até às instalações do centro de alto rendimento riomaiorense para conhecer os meandros de uma das principais referências no desporto na região e no país.

Dois pavilhões multiusos, piscina com tamanho olímpico, vários campos relvados, campos de futebol de praia, campos de ténis, campos de padel, vários ginásios completamente apetrechados, deixam o Rio Maior Sports Centre preparado para receber a grande maioria das modalidades competitivas. E mesmo quando não existe um espaço específico para a prática de uma modalidade é rapidamente criado. Tome-se como exemplo o ring de boxe montado no pavilhão polidesportivo, para que a seleção olímpica do Brasil possa fazer a sua preparação, com vista à participação nos Jogos Olímpicos de Paris, que arrancam em poucos dias.

Ao longo dos anos já passaram pelo centro atletas de 36 modalidades diferentes e oriundos de 66 países. Para Miguel Pacheco, administrador da empresa municipal DESMOR responsável pela gestão do centro, esta é uma estatística que o enche de orgulho

“O facto de termos já atletas de tantas modalidades desportivas e de tantos países significa que temos de facto um um verdadeiro complexo desportivo com grande diversidade de instalações”, vinca. De entre as várias dezenas de atletas que fizeram a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, no RMSC, foram conquistadas 28 medalhas olímpicas.

Para além das condições de treino de topo, o RMSC disponibiliza também toda uma rede de apoio aos atletas. Conviver com lesões faz parte da rotina dos atletas de alta competição e para dar resposta a essa questão o RMSC dispõe de uma equipa de fisioterapeutas e de uma parceria com a CUF para que o atleta seja visto por um médico no menor espaço de tempo possível.

“Um atleta que se lesiona de manhã, seguramente que até ao treino da tarde já sabe se vai poder continuar a treinar, se tem que recuperar, se tem que ir fazer algum tratamento”, explica Miguel Pacheco ao NS.

O RMSC dispõe também de alojamento próprio no interior do centro, o que faz com que os atletas não percam tempo com deslocações entre hotel e centro de estágios, o que segundo explica o administrador da DESMOR, é uma vantagem quer para os atletas, quer para o próprio centro, que tem nesta proximidade uma vantagem em relação a muitos outros.

O RMSC faz parte da Rede Nacional de Centros de Alto Rendimento, gerida pela Fundação do Desporto, onde se apresenta com duas especialidades: a natação e o futebol. Na região da Lezíria do Tejo é a única instalação com uma piscina com as medidas olímpicas (50m), e onde se realiza os campeonatos regionais da modalidade. Conta também com um programa especial para os novos talentos da modalidade, em parceria com a Federação Portuguesa de Natação. Vários jovens entre os 15 e os 18 anos residem no RMSC e dividem a rotina entre os treinos de alta competição e o ensino secundário.

No futebol e futsal, o RMSC já recebeu estágios de várias equipas e seleções nacionais, contando-se entre elas a seleção nacional de futsal, campeã europeia e mundial da modalidade. Em agosto a turma lusa volta RSMC para preparar a defesa do título mundial. Outro das provas da qualidade das instalações é a escolha do Estádio Municipal para ser o reduto do Casa Pia, que compete na Primeira Liga de futebol. Na época transata os gansos jogaram os seus jogos caseiros em Rio Maior, parceria que se estende para a próxima época.

Comunidade local também beneficia do Centro

O RMSC não é só para os atletas de alta competição e desempenha um papel importante na promoção da atividade desportiva no concelho de Rio Maior. A DESMOR, e por inerência o RMSC, é responsável pela promoção dos programas e projetos municipais na área do desporto. Neste momento tem a decorrer o projeto “Mais Desporto, Mais Saúde”, que em conjunto com os seus técnicos promove a atividade física junto da população sénior. Durante o ano letivo há também a Escola de Natação de Rio Maior que promove aulas de natação com os alunos do primeiro ciclo.

As escolas da cidade fazem fronteira física com o RMSC e aproveitam as instalações do centro para as aulas de educação física.

“É muito bom para as escolas e para os alunos, porque têm condições de alto rendimento para as suas aulas”, vinca Miguel Pacheco.

Já a Escola Superior de Desporto de Rio Maior tem uma estreita parceria com o RMSC. As componentes práticas dos cursos são feitas nas instalações do RMSC. A parceria estende-se ainda à parte científica, com os alunos e professores a terem liberdade de utilizar o laboratório desportivo e os dados obtidos lá.

“É um caminho que temos vindo a fazer com um forte empenho para que esta parceria entre quem tem um laboratório vivo e quem detém o conhecimento possa ser cada vez mais profícua no sentido de também produzirmos aqui conhecimento científico”, garante Miguel Pacheco.

A DESMOR, e o RMSC, disponibiliza ainda à comunidade campos de padel e de ténis, bem como a piscina exterior, aberta durante a época balnear.

Certificações nacionais e internacionais são prova da qualidade do RSMC

Não há prova mais irrefutável da qualidade apresentada pelo centro que as certificações que têm sido conquistadas ao longo dos anos. São vários os “pregaminhos” expostos pelas paredes do edifício central. Entidades nacionais, como o Comité Olímpico, e internacionais como a Fundação para o Desporto da Austrália, e até uma das mais importantes certificações, a ISO 9001 – um sistema de gestão de qualidade que garante a excelência de produtos e serviços.

“Uma certificação internacional como a ISO, dá uma confiança grande porque sabe que vai recorrer a uma empresa onde os seus procedimentos estão certificados”, explica o administrador da DESMOR.

Sobre as certificações de entidades como o Comité Olímpico ou a Fundação para o Desporto da Austrália, Miguel Pacheco explica que é a partir delas que se garante que outras entidades tenham em consideração o RMSC como escolha para preparar grandes competições.

“Termos o reconhecimento do Comité Olímpico de Portugal e do Comitê Paralímpico de Portugal arrasta a confiança de outros comités olímpicos internacionais, como é o caso do do Brasil, que está fortemente connosco”, explica.

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