Presidente da Câmara de Coruche reafirma luta pelo Serviço de Urgência Básica
21 Outubro 2023, 15:31O Presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira, voltou esta semana a reafirmar a luta pelo Serviço de Urgência Básica (SUB) em Coruche, depois da notícia do NS onde se dá conta das alterações ao funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Coruche, que funciona agora em Serviço de Atendimento Complementar (SAC) e com número limitado de atendimentos.
Esta semana também o PCP remeteu a Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, um conjunto de questões, com o objetivo de esclarecer o funcionamento do Centro de Saúde de Coruche, último posto de saúde a sul do distrito de Santarém.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira disse que “fazia sentido reativar um diploma que em tempos esteve em cima da mesa”, que era no Centro de Saúde criar um Serviço de Urgência Básica [SUB], “que pudesse fazer esse atendimento médico, mas também exames, por forma a servir a população do sul do distrito, dos concelhos de Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente”.
“No Centro de Saúde de Coruche foram feitas obras estruturais para acolher o SUB, nunca foram é colocados os médicos e os meios de diagnóstico para que funcionasse”, acrescentou.
Relativamente ao que aconteceu durante a pandemia de covid-19, o presidente da autarquia explicou à Lusa que “reduziram o horário de funcionamento do SAP e alegaram que tinham de prestar cuidados de saúde à população”, nomeadamente de vacinação, reduzindo o horário de funcionamento para entre as 08:00 e as 20:00, o que “não serve a população do concelho”.
“Face à distância que Coruche está do hospital distrital de Santarém, da sede do concelho 40 quilómetros, das freguesias mais distantes 60 quilómetros, isto de facto torna muito complicada a assistência médica à população”, considerou Francisco Oliveira.
Por outro lado, a reabertura plena do SAP serviria “para aliviar também o constrangimento dos bombeiros municipais [de Coruche], porque não havendo um serviço de emergência no Centro de Saúde, têm de deslocar os doentes para Santarém, ou eventualmente para Vila Franca de Xira”.
“Se uma ou duas ambulâncias ficam com macas retidas no Hospital de Santarém é óbvio que ficamos também limitados na prestação de socorro às nossas populações”, apontou Francisco Oliveira.
Além disso, acrescentou, Santarém, Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente não têm um hospital a sul do distrito, o que “agrava ainda mais as condições de atendimento do Hospital de Santarém, por não existir um meio intercalar para despistar doentes que poderiam ser atendidos no Centro de Saúde”.
O presidente da câmara, que em 2019 criticou a descentralização de competências na saúde, disse ainda continuar “a ser crítico” do processo, que foi “muito bem enrolado”.
“Acabámos por aceitar essas competências na área da saúde para não condicionar o acesso aos fundos comunitários, designadamente em termos de PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para a reabilitação das unidades de saúde”, admitiu Francisco Oliveira.
No caso de Coruche, “estão previstos cerca de 400 mil euros de investimento, que tem a ver com climatização, equipamentos de raio-X” e outros investimentos, “para criar condições de trabalho aos médicos, assistentes, e à população com essas obras”.
“Ainda não está completamente resolvido, estamos à espera de encerrar alguns dossiês, que têm que ver com a assunção de responsabilidades ao nível da segurança, da higiene e limpeza e um conjunto de áreas que transitaram para a responsabilidade do município, mas já temos essa responsabilidade do nosso lado”, declarou.
O autarca, que não coloca em causa as verbas contratualizadas no auto de transferência, considerou, no entanto, que “são manifestamente insuficientes para a manutenção dos edifícios”.