Movimento de Utentes manifesta-se dia 1 no Ministério da Saúde

27 Março 2023, 8:52 Não Por Redacção

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) agendou para o próximo dia 1 de abril, sábado, pelas 10.30 horas, uma manifestação junto do Ministério da Saúde, em nome da defesa do Serviço Nacional de Saúde.

O MUSP decidiu esta manifestação após o encerramento de urgências pediátricas, o que revelou “desapreço pela saúde de milhares de crianças de Lisboa e da periferia da cidade”.

 A justificação do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de que o encerramento não tinha sido uma medida administrativa, mas apenas a consequência da falta de médicos pediatras, demonstra bem o desapreço do governo pela saúde, desde logo ao entregar ao ministro, não o papel de resolver problemas, mas antes o de deixar que eles se resolvam por si. “Isto é, em vez de um ministro que procura dar vida ao SNS, o governo pede ao ministro que assuma um papel de médico legista, passando certidões de óbito ao SNS”, salienta o movimento, que acrescenta que “não é isso que os utentes esperam do ministro, não é isso que esperam do governo.”

“O mesmo se passa com a rutura que se vem verificando nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, para onde o ministério canaliza utentes das Unidades de Saúde Familiar que não têm atribuído um médico de família”, refere o MUSP, que considera que o governo empurra estes utentes para as UCSP como quem varre utentes para fora do SNS, numa demonstração de total desrespeito por milhares de pessoas.

Mais de 1,5 milhões de utentes estão, neste momento, sem médicos de família, particularmente na ARS Vale do Tejo, “e o rácio de utentes por médico são também eles uma forma de empurrar os poucos médicos que resistem para fora do sistema.“

O movimento considera que o ministro prefere pagar os serviços de diagnóstico aos privados a dotar de condições os hospitais públicos. O governo, através do OE, prefere dar roda livre aos hospitais para externalizar serviços, prefere contratar tarefeiros (médicos, enfermeiros e técnicos), pagando mais, do que contratar profissionais para o serviço em condições dignas. E assim, à falta de investimento no SNS somam-se todos os anos dívidas aos privados que reduzem ao SNS o já parco Orçamento que lhe está destinado.

O atual governo não resolve os problemas porque não quer, pretende, antes, transformar o SNS num sistema subsidiário do negócio privado da Saúde”, refere o MUSP, que convida todos a integrar o movimento e a concentração do próximo sábado.

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