“Mandar um utente de Vila Franca de Xira ou de Alenquer para Benavente é uma má solução”, afirma Maria da Luz Rosinha que critica funcionamento do sistema de saúde

21 Março 2023, 22:39 Não Por João Dinis

Os deputados do Partido Socialista, eleitos pelo círculo eleitoral de Lisboa, estiveram esta segunda-feira no Hospital de Vila Franca de Xira, onde se inteiraram das condições da unidade, bem como de todas as necessidades na área da saúde, dos concelhos serviços pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo (ACES), que integra os concelhos de Vila Franca de Xira, Benavente, Azambuja, Arruda dos Vinhos e Alenquer.

No papel de “porta-voz”, a deputada Maria da Luz Rosinha teceu algumas críticas, sobretudo ao funcionamento do ACES, considerando que no Hospital de Vila Franca de Xira, “estão a procurar encontrar algumas soluções”, sobretudo ao nível das urgências, que são claramente afetadas com a “não existente resposta dos centros de saúde”.

A deputada considera que o elevado número de utentes, “dezenas de milhares”, sem médico de família “é mesmo muito preocupante“, sobretudo porque “não há perspetiva nenhuma que este assunto se resolva” , pelo que é necessário que a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo “se mobilize no sentido de, juntamente com os profissionais que estão no terreno poderem encontrar soluções”.

Após as reuniões, Maria da Luz Rosinha considera que talvez fosse possível “otimizar os recursos existentes”, com o objetivo de servir o maior número de pessoas com médico de família, considerando mesmo que “mandar um utente Vila Franca de Xira ou de Alenquer para Benavente não é seguramente uma solução, é uma má solução”, pois “quem está doente necessita de uma resposta próxima e pronta, que é o que não está a acontecer”, prometendo levar essa mensagem “quer ao presidente da ARS, quer ao Senhor Ministro da Saúde”.

Eu penso que da parte das pessoas responsáveis pelo ACES, desde logo já existe uma exaustão”, referiu a deputada, “nós estávamos ali a ouvi-los e a analisar o documento que nos foi presente e eu já estava completamente doente só de olhar para aquilo”, não deixando de criticar o facto do ACES andar de um lado para o outro, sem encontrar as soluções para cada uma das unidades.

Sem médico de família, muitos dos doentes são obrigados a recorrer aos serviços de atendimento permanente ou urgências, algo que para os deputados socialistas, “não nos parece que essa seja a solução”, pelo que deixaram o alerta que “é bom que na realidade se sentem todos à mesma mesa e falem todos a mesma linguagem, porque só a partir daí eles conseguem entender”.

Para Maria da Luz Rosinha, que enquanto autarca muito lutou e defendeu o Hospital de Vila Franca de Xira, os problemas da unidade não são agora diferentes dos que eram no tempo da PPP, só que “neste momento estão muito mais na ordem do dia e no público”.
A nível dos centros de saúde funciona muito mal, tudo empurra para o hospital e o hospital não consegue dar as respostas que as pessoas esperam em tempo útil”, disse ainda.

Sobre a solução apresentada pela autarquia de Benavente, que está disputa a suportar parte dos vencimentos dos médicos para a criação de uma USF tipo B no concelho, Maria da Luz Rosinha defende que apesar da grande disponibilidade das autarquias para solucionar o problema, “a solução final não passa por aí”, considerando que o problema não é responsabilidade das autarquias, e que o desejável é que “as coisas, quando chegam à mão das autarquias locais já estejam a funcionar devidamente.”

A Câmara de Benavente não estará disponível para pagar a alguém que atenda doentes de Vila Franca de Xira e vice-versa, como é óbvio”, concluiu.

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