Opinião – Um território turístico tem que ser, antes de tudo, um território bom para se viver e sentir paixão!
26 Julho 2022, 13:00O que têm em comum, a caça, a cortiça, a falcoaria e a lezíria?
São os recursos endógenos da nossa agricultura e floresta. São a identidade do território. E se juntarmos a estes produtos, um rio que nos une, afluente do Tejo, o Vale do Sorraia que desagua às portas de Lisboa, poderíamos considerar que há uma linha comum e um só produto turístico possível de ganhar dimensão e marca.
Certa destes valores, conto partilhar com os leitores do “Notícias do Sorraia”, a cada mês, sugestões sobre cultura, turismo e estilos de vida. Deste lado, os leitores contam com a sensibilidade e experiência de uma ribatejana que estuda e pensa o território de pertença, com a certeza de que a retoma pós pandemia é a oportunidade para nos afirmarmos como oferta turística de proximidade a Lisboa. Tem que ser agora. Temos tudo. Paisagem diferenciadora, charneca, lezíria, tradição, animação turística organizada e serviço público dedicado. Temos uma gastronomia e ainda os vinhos da região que convidam a experiências inesquecíveis. Temos comunidade com história e tradição. Os turistas estão à procura de novos destinos e estão ávidos de descoberta, após dois anos de carência. Investigam sobretudo através de pesquisas na Internet e são os portugueses das cidades ou os estrangeiros que chegam a Lisboa e que procuram o turismo de natureza.
É preciso estarmos visíveis nos meios digitais e é preciso estarmos prontos para receber viajantes, de passagem ou permanência, sejam famílias, grupos, emigrantes, nómadas digitais ou outros que tais.
Desengane-se quem pensa que a fruição da cultura e o turismo se fixam pela promoção de território. É a experiência turística que faz o destino. É claro que é necessário investir em promoção (as entidades públicas fazem-no de forma continuada) mas a ação dos empresários é decisiva para garantir a qualidade, a sustentabilidade e os ciclos de repetição.
É por isso que a organização em rede é essencial. A restauração, hotelaria e animação precisam acreditar, criar parcerias e assegurar a abertura ao fim-de-semana e até ao fim do verão, de modo a que não coincidam os períodos de merecido descanso. É desejável que combinem entre si e se complementem. É esta a sugestão que aqui se coloca.
Temos um problema de mão-de-obra, acrescido de sazonalidade mas temos uma aparente vantagem. Este é um território com características de ruralidade, onde ainda nos conhecemos e contamos com a dinamização das associações locais. Se trabalharmos em rede talvez surjam novos colaboradores locais do turismo. Uma mais valia porque quem conhece, sempre aconselha e interpreta melhor e é isso que o cliente sente. Por isso quererá repetir e recomendar.
Está a chegar o “querido mês de Agosto”, o período tradicional de férias, festas e romarias, arraiais e tauromaquias; as reuniões que juntam amigos e familiares e a mesa posta, essa tradição tão portuguesa.
Para os veraneantes é tempo de desfrutar. Para os profissionais de turismo e restauração é tempo de acreditar e de desafiar o destino, com alegria, paixão e a certeza de que em cada um de nós há um embaixador da região e que o turismo é um poderoso mecanismo de paz, concórdia e economia de território.
Saudações!
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