Bombeiros de Samora Correia entre as 16 melhores equipas europeias de emergência médica

A equipa dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia (BVSC), composta pelo adjunto de comando, Bruno Pereira, pelo sub-chefe Nuno Sousa e pelo bombeiro de primeira Tiago Marques, estão entre as 16 melhores equipas de resgate do mundo, depois de concluídas as provas do Campeonato Europeu de Emergência, que decorreu de 4 a 6 de Maio na Escócia.

Para Bruno Pereira, adjunto de comando dos BVSC, “só o facto de termos sido seleccionados, entre 80 equipas inscritas já era um motivo de orgulho”, isto porque a equipa portuguesa era a única inscrita que na sua composição tinha somente operacionais.

Comparativamente com os outros países, a emergência médica em Portugal está ainda um passo atrás. Enquanto que em quase todos os países, principalmente da Europa, as equipas de emergência médica contam com, pelo menos, um paramédico e em muitos casos mesmo enfermeiro ou médico, em Portugal o socorro é feito apenas por operacionais, que em caso de serem cumpridos certos parâmetros accionam as equipas médicas do INEM.

No entendimento de Bruno Pereira, “Portugal deveria dar um passo à frente”. Ainda assim esse factor não foi impeditivo da boa prestação dos Bombeiros de Samora Correia, que lhes valeu mesmo o reconhecimento do júri e de todos os colegas com quem competiram, que reconheceram a qualidade do trabalho desenvolvido perante os cenários que lhes foram apresentados, como uma doença súbita e um de trauma.

Se a inscrição foi feita após o desafio lançado pelo sub-chefe dos BVSC Nuno Sousa, a selecção de entre as 20 melhores das 80 equipas inscritas acabou por surpreender os operacionais, que encararam esta oportunidade como uma possibilidade “para aprender e conhecer novas realidades”, o que certamente irá melhorar o desempenho dos operacionais.

Além da parte competitiva, o certame contemplava também seminários e conferências dedicados à emergência médica e uma feira, onde estavam os mais modernos equipamentos da área. “Nas conferências em que podemos participar vimos realidades bem diferentes da nossa, foi uma experiência fantástica e enriquecedora”, diz-nos Bruno Pereira, que nos refere que “na feira vimos equipamentos que podem realmente fazer a diferença na emergência médica”.

No certame o inglês era a língua corrente, e nem esse factor foi impeditivo do sucesso dos Bombeiros Samorenses. “Após a primeira prova o júri, para perceber como iríamos reagir, pediu-se que até entre nós falássemos inglês, para que todos percebessem as técnicas que íamos utilizar”, e até essa prova foi superada, assegura o adjunto.

Para os operacionais, o balanço desta aventura é “altamente positivo”, pois além da parte competitiva, “em que até aí aprendemos”, foi também bastante importante a parte formativa, que pode agora fazer a diferença no socorro diário que os Bombeiros de Samora Correia prestam a uma população de cerca de 20 mil pessoas da cidade.