Os trabalhadores da unidade fabril da SUMOL+COMPAL em Almeirim aderiram à greve, que começou pela meia-noite de quarta-feira, 7 de maio, e prolonga-se durante o dia.
Cerca de seis dezenas de operários manifestaram-se junto ao jardim Zona Norte, nas imediações da fábrica, à entrada da cidade. A ação de protesto contou com a presença da cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições legislativas, Mariana Mortágua.
Segundo as informações do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC), a adesão à greve ronda os 70 por cento, estando apenas duas máquinas na secção dos sumos em funcionamento. As linhas dos setores de vegetais e frutos e o cais de carga também estão parcialmente parados.
Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais que acompanhem o aumento do custo de vida, horários de trabalho de 35 horas, a atualização do subsídio de turno, a negociação da contratação coletiva da indústria das águas e dos sumos, parada desde 2009, entre outras reivindicações.
Em declarações ao NS, o coordenador do STIAC, Marcos Rebocho, explicou que os trabalhadores não têm tido atualizações salariais dignas há cerca de 12 anos.
“A COMPAL pagava cerca de 300 euros acima do salário mínimo no passado e hoje em dia os trabalhadores recebem menos de 100 euros a mais que o ordenado mínimo nacional”, explica Marcos Rebocho. Para além de aumentos no salário e subsídio de alimentação que acompanhem o aumento exponencial do custo de vida, os trabalhadores pedem o aumento para 25 dias úteis de férias, justificados pelo facto de haver um “desgaste rápido” provocado pelos turnos e horas noturnas.
Há ainda reclamações sobre os despedimentos “a custo zero” provocados por processo disciplinar e à primeira ocorrência dos trabalhadores da pirâmide hierárquica. Marcos Rebocho relembra que um funcionário foi despedido há cerca de três meses após ser instaurado um processo disciplinar, situação que não foi semelhante quando um encarregado foi acusado por uma funcionária de assédio moral, situação comprovada por várias testemunhas que ficou sanada “apenas com um pedido de desculpas à funcionária”, revelou o dirigente sindical ao NS.
Os delegados sindicais entregaram uma carta com todas as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores, que será remetida para a administração da empresa, sedeada em Lisboa. Caso as reivindicações não sejam atendidas pela administração, os trabalhadores vão voltar ao protesto, havendo já uma paralização agendada para 6 de agosto.
















