Trabalhadores da João de Deus param 24 horas para reivindicar melhores condições (com Fotos)

8 Julho 2022, 15:24 Não Por João Dinis

Os trabalhadores da João de Deus e Filhos, um dos maiores empregadores do concelho de Benavente, realizaram esta sexta-feira, 8 de Julho, uma paralisação, com o objectivo de reivindicarem melhores condições salariais, depois de duas reuniões entre o sindicato representante dos trabalhadores e a administração da empresa que resultaram infrutíferas.

Benny Freitas, do SITE – Sindicato da Industria Transformadora, que acompanha o processo de negociação dos trabalhadores com a empresa, refere que “a empresa apresentou uma proposta de 0,50 € de aumento salarial por dia, o que fica longe da proposta apresentada pelos trabalhadores”, lamentando que a empresa tenha decidido deixar de negociar com os trabalhadores que na sua maioria “ganham perto do salário mínimo”.

Entre as principais medidas reivindicadas pelos trabalhadores estão “um aumento de 90 euros no salário de todos os trabalhadores, a introdução de diuturnidades, maior autonomia dos trabalhadores no agendamento de férias, aumento dos valores do subsídio de refeição e redução do número de vínculos precários”, medidas que o sindicato considera imprescindíveis para que os operários possam fazer face ao aumento do custo de vida.

O representante do SITE lamenta que a empresa tenha encerrado as negociações, salientando que “o aumento dos custos com os combustíveis, com as matérias-primas e com a energia não é responsabilidade dos trabalhadores”, pelo que não lhes deverá ser imputada a responsabilidade sobre o aumento dos custos de produção, “isso é responsabilidade de quem fixou os preços, de quem aumentou os preços”, acrescentando que “estes grandes grupos económicos têm apoios do Governo, tem apoios regionais e que nós estamos aqui a marcar a nossa posição, a mostrar a nossa indignação, porque achamos que é preciso ir mais longe e é possível ir mais longe e a empresa tem condições para ir mais longe”, disse.

Benny Freitas refere ainda que esta paralisação, numa greve que rondou os 25 a 30% de adesão, tem também como objectivo, “solicitar à empresa que reabra as negociações, porque há espaço para chegar mais longe (nos aumentos de salários)”, concluindo afirmando que “temos que encontrar soluções excepcionais para minimizar os impactos sociais”.

Ainda que dispostos a negociar, o SITE não coloca de lado novas formas de luta, no objectivo de encontrar as melhores condições possíveis para os trabalhadores.
No final da paralisação o sindicato, em representação dos trabalhadores, entregou um conjunto de reivindicações junto da administração da João de Deus, esperando agora uma resposta positiva às suas pretensões.

Esta paralisação contou com o apoio de diversas estruturas sindicais, representadas no plenário realizado na manhã desta sexta-feira à porta da empresa, em Samora Correia, bem como com o apoio dos Presidentes da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, e da Junta de Freguesia de Samora Correia, Augusto Marques, que apesar de conscientes da importância da empresa para o concelho de Benavente, estão também solidários com a luta dos trabalhadores.

A João de Deus e Filhos, empresa dedicada à produção de sistemas térmicos para veículos está sedeada em Samora Correia, com uma área de 19.751 metros quadrados, que neste momento se encontram em expansão, empregado mais de 500 pessoas, afirmando-se como um dos grandes, se não o maior, empregadores do concelho de Benavente.

Anualmente fabrica cerca de 2 milhões de componentes para veículos para as marcas mais conceituadas do mercado.

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