Teatro Sá da Bandeira recebe peça de teatro que recorda tsunami que arrasou o Japão

17 Janeiro 2025, 8:27 Não Por Redacção

O Teatro Sá da Bandeira vai receber na noite de sábado, 25 de janeiro, a partir das 21h30, a peça de teatro ‘Solstício de Inverno’, trazida pela companhia Teatro da Cidade, onde conta com a participação da Banda Filarmónica do Xartinho.

Escrito por Guilherme Gomes, o texto parte de uma história real e recua até ao dia 11 de março de 2011, quando um tsunami de proporções gigantescas arrasou a cidade japonesa de Ōtsuchi, causando a morte de grande parte da população local. Muitos dos sobreviventes, encontraram no jardim de Itaru Sasaki, no sopé da montanha Kujirayama, uma forma de ultrapassarem o processo de luto. Itaru decidiu dar um rumo diferente ao seu processo de luto na região tomada por uma dor colectiva e instalou uma cabine telefónica desligada da rede, que usava para enganar a saudade, imaginando que do outro lado da linha estava a pessoa amada e desaparecida. Desde então, o lugar serve de palco para o luto de milhares de pessoas que vêm de todo o mundo para falar com quem já não está. Chamaram-lhe o ‘Telefone do Vento’, e serve de princípio para este espetáculo em que se ensaiam formas de posicionamento com empatia e criatividade perante aquilo que não conhecemos, partindo do desamparo, da dor e da imaginação, em busca de algum consolo. Solstício de Inverno é sobre o desejo de vencer a sombra, uma noite de cada vez.

Guilherme Gomes, dramaturgo e fundador da companhia Teatro da Cidade, tomou conhecimento da história durante a pandemia e ficou fascinado pelo gesto de Itaru Sasaki. O fascínio depressa levou à ideia de criar um espectáculo sobre o tema. Daí nasceu ‘Solstício de Inverno’, a peça de teatro que Santarém vai poder ver no palco do Teatro Sá da Bandeira. A imaginação do autor transformou personagens em arlequins, mestres-de-cerimónias e artistas de circo que entram num jogo onde se tenta animar desesperadamente dias tão sombrios.

O grupo O Teatro da Cidade foi fundado, em 2015, por Bernardo Souto, Guilherme Gomes, João Reixa, Nídia Roque e Rita Cabaço. Estreou o seu primeiro espetáculo, Os Justos de Albert Camus, em 2016, no Teatro do Bairro Alto, com o apoio do Teatro da Cornucópia. Foca-se na importância do texto para a criação de espetáculos, usando o repertório dramatúrgico mundial.

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