O espetáculo de dança Carta ao Corpo que Luta sobe ao palco do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, no sábado, 10 de maio, às 21h30. Com interpretação de Beatriz Mira e coreografia de São Castro, a peça é inspirada no livro Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, publicado em 1972 e considerado subversivo à época, por abordar de forma crítica a realidade social, política e cultural das mulheres durante o Estado Novo.
Com duração de 50 minutos, a obra assume a forma de uma carta escrita por uma mulher ao corpo que resiste, tratando temas como amor, opressão, identidade e liberdade. A coreografia, concebida por São Castro, é acompanhada de música original da própria criadora, além de composições de Johann Sebastian Bach, William Basinski e Nina Simone. O espetáculo propõe uma reflexão poética sobre o corpo como campo de batalha e lugar de denúncia, ecoando lutas do passado ainda presentes nos dias de hoje.
São Castro iniciou a sua formação no Balleteatro e licenciou-se pela Escola Superior de Dança, onde concluiu também o mestrado em Criação Coreográfica. Foi bailarina em companhias como o Ballet Gulbenkian e criou o seu primeiro solo em 2009. Tem colaborado com diversas instituições artísticas e, entre 2017 e 2021, foi diretora artística da Companhia Paulo Ribeiro. Atualmente, é curadora do evento “A cidade dança” e prossegue a investigação artística em dança.
Beatriz Mira, intérprete da peça, formou-se na Escola Domus Dança, no Porto, e iniciou carreira na Companhia Instável. Passou pelo Ballet Koblenz e integrou a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. Desde 2020 tem vindo a desenvolver trabalho autoral, com destaque para a peça Atopos, vencedora da Mostra Nacional de Jovens Criadores do Gerador, em 2023.
Os bilhetes para o espetáculo têm o preço único de 5 euros e estão disponíveis no Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h00, bem como na plataforma BOL e nas lojas Worten e FNAC. A programação conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura, DGARTES e da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.
