Situação no Lar de Cabeção é dramática e reforços tardam em chegar

31 Dezembro 2020, 14:50 Não Por João Dinis

A situação que se vive no Lar da Associação de Cabeção de Solidariedade dos Trabalhadores Idosos (ACSTI), em Cabeção, concelho de Mora, onde se encontram 71 pessoas infectadas com Covid-19, 41 utentes e 30 funcionárias (mais 3 que ontem), havendo já registo de 14 óbitos, começa a ser dramática, com a falta de pessoal para cuidar dos idosos que se encontram na instituição, sendo por agora o serviço assegurado por pessoas da Direcção da instituição, que apesar de pouca preparação para a função vão dando o seu melhor em prol dos seus utentes.

Permitam-me que realce o enorme trabalho que está a ser feito pela Direção e Funcionários do Lar da ACSTI, para cuidarem os seus utentes o melhor possível”, começa por referir Luís Simão Matos, Presidente da Câmara Municipal de Mora, que realça igualmente o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Centro de Saúde Mora, que “continua a fazer um trabalho extraordinário”, lamentando o facto de não terem ainda apoio da Segurança Social, “nem de brigadas de intervenção rápida. A pequena equipa que era para vir no dia 23 não chegou. Da Segurança Social, disseram-me que viriam esta semana, mas já vai a meio e até agora nada. Não temos o apoio de ninguém…

“Qualquer ajuda que viesse, neste momento, era bem-vinda. Nem que fosse só um enfermeiro para ajudar a dar resposta aos utentes infetados, mas até agora nada“, reforçou o autarca.

Além dos 71 casos na instituição, Cabeção regista ainda 38 casos entre a comunidade, relacionados com o surto do Lar da ACSTI, uma vez que são familiares de funcionários da instituição ou da Direcção.

Cruz Vermelha coloca 2 auxiliares na instituição e Segurança Social anuncia 1 enfermeiro e 4 auxiliares

Ao início da tarde desta quinta-feira, 31 de Dezembro, a Cruz Vermelha Portuguesa fez chegar ao Lar de Cabeção 2 auxiliares, que foram de imediatos integrados no apoio aos idosos que se encontram no Lar, onde dos 62 utentes que a instituição acolhia, 14 faleceram, e apenas 7 se encontram negativos e na Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP) no Pavilhão de Exposições de Mora.

Numa nota enviada à agência Lusa por correio eletrónico, o Instituto de Segurança Social (ISS) indicou que já mobilizou “um enfermeiro e quatro ajudantes de ação directa” para o surto no lar da Associação de Cabeção de Solidariedade aos Trabalhadores Idosos (ACSTI).

O enfermeiro foi já colocado e os ajudantes de ação direta iniciam funções esta quinta-feira“, garantiu o ISS.

Hoje, na nota enviada à Lusa, o ISS assinalou que, no concelho de Mora, foram activadas brigadas de intervenção rápida em 13 de Novembro, para o surto do Centro Social e Paroquial de Cabeção, e no dia 20 deste mês para o surto do lar da ACSTI.

O organismo esclareceu que “não é correto afirmar” que o distrito de Évora conta apenas com uma equipa ao serviço, adiantando que já foram ativadas brigadas de intervenção rápida em oito equipamentos com necessidade de intervenção, as quais integraram 55 recursos humanos.

Segundo o ISS, os elementos das brigadas “fazem testes à covid-19 antes de iniciarem funções e só as iniciam com resultado negativo“.

A composição das brigadas é dinâmica e varia em função das necessidades, podendo ser reforçada a qualquer momento“, sublinhou a Segurança Social.

As brigadas são compostas por pessoal ajudante de acção direta, auxiliares de serviços gerais, enfermeiros, psicólogos e médicos, distribuídas pelos distritos, com capacidade de ação imediata na contenção e estabilização de surtos em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), lares residenciais e outras respostas de acolhimento residencial.

Os profissionais que integram as brigadas têm por missão contribuir de forma rápida para a prevenção, minimização e combate a surtos de covid-19 em equipamentos sociais de acolhimento residencial de pessoas em situação de vulnerabilidade ou dependência.


João Dinis com Agência Lusa

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