Seis candidatos concorrem à presidência da Câmara de Santarém nas autárquicas de 12 de outubro, incluindo o atual presidente, João Leite, e o presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, num processo eleitoral marcado pela diversidade política.
O atual presidente da Câmara de Santarém é o cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), que junta PSD e CDS-PP. Economista de formação, foi administrador do hospital da Misericórdia de Leiria e vereador em Santarém entre 2009 e 2013.
João Leite exerceu funções como assessor governamental e assumiu a presidência da autarquia após Ricardo Gonçalves suspender o mandato para liderar o Instituto Português do Desporto e Juventude.
A AD aponta como prioridade a continuidade do projeto iniciado pelo PSD, destacando obras como a Cidade Desportiva, o novo pavilhão de Pernes, a aquisição do Teatro Rosa Damasceno e a requalificação da Frente Ribeirinha.
O Partido Socialista aposta em Pedro Ribeiro, que é desde 2013 presidente da Câmara de Almeirim, autarquia onde exerceu funções executivas durante 28 anos como vereador e vice-presidente.
Na apresentação da sua candidatura afirmou que “nunca tinha pensado em ser autarca noutro concelho”, mas que aceitou o desafio por acreditar que pode “trazer uma nova energia a Santarém”.
O socialista definiu como eixos centrais do programa a educação, saúde, mobilidade e habitação, defendendo a criação de cooperativas e pequenas urbanizações nas freguesias e a simplificação de regras para a reabilitação do centro histórico.
Considera ainda urgente a construção de um novo hospital distrital e a requalificação da antiga Escola Prática de Cavalaria.
A CDU apresenta José Rui Raposo, licenciado em Ciência Política e Administração, que foi vereador em Santarém entre 2002 e 2005 e tem uma longa ligação ao movimento sindical da Administração Pública.
A candidatura, que não tem representação na vereação desde 2013, defende a recuperação do Teatro Rosa Damasceno e do Convento de São Francisco, a criação de uma nova biblioteca municipal e a dinamização económica e cultural do centro histórico. Aponta ainda a necessidade de requalificar as margens do Tejo e combater a poluição nos rios Alviela e Vala Real.
Rodrigue Devillet Lima é o candidato da Iniciativa Liberal. Natural de Bruxelas, vive em Santarém desde 1990, é advogado e especialista em direito público, cofundador de uma empresa na área e presta assessoria jurídica a entidades públicas e privadas.
A IL propõe a criação de habitação acessível, com casas para profissionais de saúde e educação, a simplificação de licenciamentos e redução de taxas e o reforço do apoio à terceira idade, com a criação de mais equipamentos sociais.
O Chega apresenta Pedro Correia, maestro e professor no Conservatório de Música de Santarém. Com formação em Engenharia Mecatrónica e em Música, é vice-presidente da distrital do partido e foi candidato a deputado nas legislativas de 2024.
A candidatura propõe a criação de um polo tecnológico ligado à inovação e agricultura de precisão, em articulação com o Politécnico de Santarém, e aposta num “‘cluster’ do turismo” que valorize o gótico, o turismo religioso, a cultura avieira e a gastronomia. Defende ainda um programa público de habitação a custos controlados e o reforço da segurança de videovigilância e do policiamento de proximidade.
Pedro Mendonça é o candidato da coligação “Santarém Cidadã”, que junta Livre e Bloco de Esquerda. Formado em Relações Internacionais, tem um percurso ligado às artes e à cultura, foi diretor artístico do Centro Cultural do Cartaxo e é atualmente assessor do grupo parlamentar do Livre.
A habitação é uma das prioridades e propõe a reabilitação de imóveis devolutos, a criação arrendamento acessível e a construção de casas para profissionais essenciais.
Defende ainda um plano de mobilidade sustentável, com mais transportes públicos, ciclovias seguras e um plano de arborização urbana para mitigar os efeitos das alterações climáticas.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PSD venceu com 37,42% dos votos, elegendo quatro vereadores, o mesmo número que o PS, que obteve 33,26%. O Chega conquistou um vereador com 7,93%.
Sem maioria absoluta, PSD e PS firmaram um acordo para assegurar a governação.
A Assembleia Municipal de Santarém é presidida pelo PS, também sem maioria.