Segurança Social de Santarém lança projeto piloto para a integração de comunidades migrantes
4 Dezembro 2024, 18:11O Centro Distrital da Segurança Social de Santarém vai lançar o projeto-piloto “Frente para a Integração das Comunidades Apoiadas” (FICA) na Lezíria do Tejo, com o objetivo de “articular todas as respostas públicas num só projeto que no final determine a integração de um cidadão” requerente ou benificiário do estatuto de proteção internacional, revelou ao NS Paula Carloto, diretora distrital da Segurança Social.
“São pessoas com extrema vulnerabilidade social (…) e é sempre difícil enquadrá-las socialmente pelas razões que têm a haver com a sua cultura, com as suas crenças, com as suas religiões do ponto de vista social, e do ponto de vista profissional pela ausência de documentos comprovativos daquilo que sabem fazer e do que tem sido o seu trajeto profissional”, explicou Paula Carloto ao NS, acrescentando que há também o objetivo de “quebrar o estigma” que se tem implementando sobre estas comunidades.
O projeto FICA tem como objetivo acelerar o processo de integração de cidadãos pertencentes à comunidade migrante do território da Lezíria do Tejo através de formações que transmitem aprendizagens essenciais a nível cultural e profissional que permitam uma melhor integração. Segundo Paula Carloto, a formação será prática e, por exemplo, transmitirá ensinamentos em primeiros socorros ou mobilização de idosos. Em parceria com as várias Instituições Privadas de Solidariedade Social da Lezíria, vai permitir que estes cidadãos encontrem emprego numa área que as IPSS têm muita dificuldade em encontrar mão de obra, por exemplo.
As IPSS que receberem os cidadãos ficarão também encarregues de providenciar habitação ou transporte caso seja necessário, já que, segundo Paula Carloto, a maioria destas instituições são afastadas dos centros das localidades.
O projeto já arrancou no território do Médio Tejo, com 26 formandos, que terminam a formação a 19 de dezembro, e o objetivo é começar na Lezíria do Tejo ainda durante o mês de dezembro. Paula Carloto revelou que já há cerca de 50 migrantes para começar a formação e o arranque está apenas pendente da confirmação das IPSS da Lezíria do Tejo que vão integrar o projeto.
Como parceiros para este projeto inovador a Segurança Social conta com o Instituto de Emprego e Formação de Portugal (IEFP) responsável pela componente da formação e pelos processos burocráticos da empregabilidade, com a União Distrital das IPSS de Santarém (UDIPSS), com a União das Misericórdias Portuguesas, com as Comunidades Intermunicipais da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, e com a Agência para a Integração, Migrações e Asilo.