Se nada for feito muito em breve atravessar Samora Correia torna-se um pesadelo

8 Fevereiro 2024, 19:26 Não Por João Dinis

“Atravessar a cidade de Samora Correia e o centro da Vila de Benavente, no que corresponde ao trajeto da Estrada Nacional 118, pode em breve tornar-se um pesadelo, se nada for feito em breve”, é a principal conclusão de um estudo realizado por uma empresa especializada para a Câmara Municipal de Benavente.

A empresa F. J. Consultores, especializada em mobilidade e transportes, esteve nos últimos meses no concelho de Benavente, onde realizou um exaustivo estudo aos fluxos de trânsito, com especial destaque para as Estradas Nacionais 118 e 10, locais onde a população tem sofrido mais com o significativo aumento do trânsito nos últimos anos.

O estudo teve como grande objetivo fazer uma caraterização da situação atual, bem como permitir identificar os mapas de saturação e apresentar algumas soluções para o futuro, tornando-se agora um documento fundamental para que o Município de Benavente possa reivindicar junto da Infraestruturas de Portugal as necessárias obras.

De acordo com os dados preliminares apresentados, é ao início da manhã, entre as 8 e as 9.30 horas e no período da tarde, entre as 17.30 e as 18.30 horas que se verifica a maior saturação da via. Os dados apontam para cerca de 16.500 veículos por hora, dos quais, cerca de 15% são viaturas pesadas de mercadorias – camiões, o que torna a via bastante perigosa e poluidora.

A travessia da cidade de Samora Correia é o ponto mais complicado, sobretudo as interceções entre a EN10 e a EN118.

Seguindo os critérios internacionais, a travessia de Benavente e Samora Correia encontra-se já bastante saturada, o que leva a empresa a considerar que as “cargas de tráfego existentes estão a chegar ao limite das vias”, motivado também pelo “atravessamento verificado nos movimentos locais”, isto é, são vias nacionais com várias interceções locais, para dentro de Benavente e Samora Correia, o que dificulta não só o trânsito de passagem, como o que se realiza no interior das duas localidades.

O volume de trânsito pesado é também algo que mereceu a atenção dos especialistas, que enfatizaram o período de campanhas agrícolas, julho a setembro, como aquele em que é mais complicado fazer o atravessamento das vias.

Sendo duas vias catalogadas pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, como “estradas nacionais perigosas”, as vias registam no momento várias perturbações, que motivam “atrasos com expressão”, o que provoca os congestionamentos diariamente verificados.

A circulação pedonal é outro dos perigos destas duas estradas, quer pelo elevado tráfego que ali circula, quer pelas características da via “pouco adaptada à circulação pedonal”, pode ler-se no relatório.

Também a poluição é um fator relevado no documento, que salienta que “as localidades atravessadas são fortemente penalizadas, quer pela emissão de gases com efeito de estufa, quer pelo ruído proveniente da circulação e dos motores a combustão, especialmente o provocado pelos veículos pesados”.

Os especialistas apresentaram aquilo que no seu entendimento seria a resolução dos problemas verificados, uma circular externa, que fizesse a ligação entre Benavente, antes da Ponte de Benavente, na EN118, e a Ponte das Enguias, na EN10, no Porto Alto, circundando ambas as localidades.

Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente, referiu após a apresentação do estudo, que o Município está agora munido de um documento que lhes permite reivindicar junto da Infraestruturas de Portugal a nova variante a Benavente e Samora Correia, ou em último recurso, a libertação das portagens da A10 e A13, na travessia do concelho de Benavente.

O autarca salientou que é fundamental libertar os centros urbanos do trânsito intenso que se verifica, não só pelas condições de segurança, mas também pelo bem-estar da população afetada pela poluição.

 “Vamos apresentar o estudo à IP e colocar a situação na ordem do dia, até pelas questões do Aeroporto”, anunciou Carlos Coutinho.

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