Santarém quer que Museu de Abril seja classificado como museu nacional

O vereador com o pelouro da Cultura da Câmara de Santarém, Nuno Domingos, sublinhou hoje a importância do projeto do Museu de Abril e dos Valores Universais (MAVU), defendendo que o espaço venha a ser reconhecido como museu nacional.

De acordo com o autarca, uma parcela considerável do museu está ainda por desenvolver, mas sublinha que, para que o projeto atinja plenamente o seu potencial, é imprescindível a colaboração e o empenho do Estado português.

“Há uma dimensão muito relevante do projeto que ainda está por desenvolver. Para isso, teremos que contar com a colaboração, participação e empenho do Estado português, pois defendemos que este deverá ser entendido pelos poderes públicos como um museu nacional”, disse o vereador à agência Lusa.

O MAVU é uma das iniciativas da Rede Urbana da Liberdade e da Cidadania, constituída pelos municípios de Santarém, Castelo de Vide (distrito de Portalegre) e Vendas Novas (distrito de Évora), que se uniram para criar uma rede que tem como objetivo valorizar os valores da liberdade e da cidadania, sob o símbolo do 25 de Abril de 1974.

Entre as várias iniciativas previstas por esta rede está a criação do Museu de Abril e dos Valores Universais.

Segundo o autarca, o projeto MAVU terá uma dimensão material, que permitirá “a reabilitação de edifícios como a Escola Prática de Cavalaria em Santarém, o Castelo/Casa da Cidadania em Castelo de Vide e o Centro de Interpretação Militar em Vendas Novas”.

A segunda dimensão é imaterial e inclui projetos como “Poesia na Rua”, em Vendas Novas, um “Diorama Evocativo a Salgueiro Maia”, em Castelo de Vide, e uma série de outros projetos, de cariz cultural, a serem realizados em Santarém, como a “EPC – Escola Prática de Cidadania”, o “Centro de Interpretação Santarém Militar” e o Projeto “Libert’Art”.

O autarca salienta ainda que o MAVU surge no âmbito dos 50 anos do 25 de Abril e que o objetivo passa por criar um espaço “centrado na promoção e defesa das ideias de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, Democracia” e nos “desafios que os nossos tempos nos colocam na defesa destes ideais”.

Esta rede prevê ainda a criação de um Centro de Estudos Especializados em Democracia, a reabilitação urbano-ambiental do espaço público, a instalação de mobiliário e arte urbana e ainda conteúdos de apoio às escolas para a formação de jovens sobre a temática da liberdade.

De acordo com o município de Santarém, a Rede também irá disponibilizar “condições de trabalho para docentes, investigadores e estudantes da Escola Prática de Cidadania, atraindo cidadãos europeus interessados e estabelecendo parcerias com redes de pesquisa social e política internacionais”.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, considera que “este é um investimento cultural integrado” que “permite maximizar o aproveitamento de fundos comunitários, neste caso, com vista à construção do MAVU – Museu de Abril e dos Valores Universais”.

No protocolo de parceria para a implementação desta Rede Urbana, todos os parceiros designaram o município de Santarém com o estatuto de líder e responsável pela gestão administrativa e executiva das suas atividades.

A Rede Liberdade e Cidadania tem um orçamento de 4,1 milhões de euros.