Santarém debateu se será “a escolha certa” para construir novo aeroporto

18 Outubro 2023, 9:10 Não Por André Azevedo

Com o aproximar da data limite para a escolha da localização do novo aeroporto internacional de Portugal, a solução Santarém voltou a ser debatida esta terça-feira, 17 de Outubro. O debate organizado pelo “Guia de Comércio de Santarém / Cariz Observador” reuniu autarcas de Santarém, Leiria, Guarda e Castelo Branco, associações comerciais do distrito, representantes das Entidades Regionais de Turismo do Alentejo e Ribatejo e Centro e os promotores do projecto “Magellan 500”.

Uma análise ao aparecimento recente de uma nova solução, a de Vendas Novas, na margem sul, motivou as primeiras intervenções dos participantes. Carlos Brazão, promotor do projecto do aeroporto de Santarém, referiu que todas as soluções devem ser analisadas com cuidado e deve-se aprender com todas, enumerando a proximidade a Lisboa, ao oleoduto Sines-Aveiras, e os estudos ambientais favoráveis como vantagens desta nova solução. Ainda assim considera que “um aeroporto na margem sul é sempre um projecto terá”, já que terá que se construir acessos ferroviários, uma terceira travessia do Tejo entre outras infraestruturas essenciais. “Nem este governo nem o próximo terão dinheiro para suportar as obras necessárias”, vincou o promotor do projecto.

Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda, garantiu o apoio à construção do aeroporto em Santarém, uma vez que é a localização mais próxima da região beirã, das soluções que integram a shortlist que está a ser analisada pela Comissão Técnica Independente. O autarca, que também preside à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, referiu que o turismo tem crescido no interior do país e localizar um aeroporto internacional em Santarém só iria contribuir para que essa tendência se mantivesse. A ideia foi apoiada por Anabela Freitas, vice-presidente da ERT Centro, que revelou que até Agosto houve cerca de 1,2 milhões de dormidas na região Centro, representando cerca de 76 milhões de euros de receita gerada, dizendo ainda que localizar o aeroporto em Santarém seria uma ajuda preciosa a inverter a tendência do “litoralismo” turístico em Portugal . A ex-autarca tomarense garantiu que ter um aeroporto em Santarém será “transformador para o tecido empresarial”, que passaria a ter uma forma de escoar produtos com mais facilidade por via aérea.

Linha geral no discurso de todos os participantes no debate foi a urgência na decisão, que se tem arrastado há várias décadas, clamando-se por ser desta a derradeira vez em que fica decidida a localização do novo aeroporto. “Tem havido muita indecisão e não se pode esperar mais”, vincou o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, dizendo-se ainda optimista na escolha da solução escalabitana. Para que não se volte a protelar no tempo a decisão, Pedro Beato, vice-presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, pede que o relatório da Comissão Técnica Independente, não seja demasiado ambíguo na análise que faz das propostas.

O relatório da Comissão Técnica Independente será revelado durante o mês de Novembro, em que vai estar em consulta pública. O Governo apresentou como data limite para a tomada de decisão o final de 2023 ou início de 2024.

Pedro Beato queixa-se de CTI não ouvir Entidades Regionais de Turismo

O vice-presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, Pedro Beato, queixou-se de só conseguir encontrar informação sobre a escolha da localização do novo aeroporto nos órgãos de comunicação social, uma vez que nenhuma das ERT foram ouvidas nas reuniões da CTI, considerando que um novo aeroporto é uma infraestrutura “estrutural para o turismo em Portugal”.

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