As celebrações do Dia Mundial da Doença Mental arrancaram em Santarém na manhã de segunda feira, 6 de outubro, com a inauguração da exposição Ser Cor, que nasce dos trabalhos de utentes das associações A Farpa e R.INserir e tem curadoria de Sofia Branquinho. As obras de arte vão estar expostas no piso 1 do W Shopping, em Santarém.
Á margem da iniciativa, o NS falou com a diretora da Unidade de Psiquiatria do Hospital e presidente da R.INserir, Paula Pinheiro, sobre os desafios que as pessoas portadoras de doença mental enfrentam nos seus quotidianos.
Paula Pinheiro sublinha que as doenças mentais continuam a ser fortemente estigmatizadas, sobretudo devido à falta de conhecimento e à persistência de ideias preconcebidas. Apesar dos avanços na discussão pública sobre saúde mental, permanece a dificuldade de integração social dos doentes, que enfrentam um obstáculo adicional quando são identificados pela patologia que apresentam e não pelo seu nome ou individualidade.
Paula Pinheiro destaca que iniciativas como as celebrações do Dia Mundial da Saúde Mental têm o propósito de promover a inclusão destas pessoas na comunidade, tornando possível o convívio social, a aceitação e a discussão aberta sobre o tema. Segundo a responsável, é preciso combater o erro recorrente de designar pessoas pela doença – como “esquizofrénico” ou “bipolar” – e reforçar que ninguém é definido pela patologia que tem; são pessoas antes de tudo, e só depois doentes.
A diretora salienta ainda que cabe à sociedade mobilizar-se para apoiar o tratamento e superar o estigma, permitindo que cada indivíduo com doença mental possa viver plenamente, sem ser limitado pela sua condição de saúde.
