Ricardo Gonçalves define plano de cogestão do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros como “relação de simbiose entre as entidades envolvidas”

6 Janeiro 2024, 19:30 Não Por André Azevedo

O plano de cogestão para o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) foi apresentado esta sexta-feira, 5 de Janeiro, na Casa do Brasil em Santarém, e o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves garantiu que será “uma relação de simbiose entre todas as entidades envolvidas”, para que seja cumprida a missão de promover, valorizar e proteger o PNSAC, as suas gentes e os seus costumes.

Este projeto tem um custo estimado de 76 milhões de euros, e envolve sete municípios, 27 freguesias, duas direções regionais de agricultura, quatro grupos de ação local e duas regiões do turismo.

 Ricardo Gonçalves, admitiu ainda que o projeto é “muito ambicioso”, e que já foram realizadas reuniões com várias entidades para garantir o financiamento necessário para a implementação, embora reconhecendo que face ao elevado custo da iniciativa, é provável que nem todos os projetos incluídos possam ser concretizados.

Um dos objetivos passa por criar dinâmicas participativas e inovadoras que promovam o desenvolvimento económico e social e aumentem a visibilidade e a atratividade do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, como a criação de uma rede de transportes públicos do PNSAC, a promoção de um circuito de trilhos pedestres estendido a todo o território ou a criação de sete “portas de entrada” em cada município pertencente ao PNSAC, entre outras iniciativas.

Para o efeito, os municípios e as entidades pretendem desenvolver uma série de atividades na área da promoção, comunicação e sensibilização.

Na área da promoção, o objetivo passa por recuperar uma série de infraestruturas, promover a fixação de jovens no território, realizar festivais gastronómicos por toda a região, criar um portal com o objetivo de divulgar os diferentes tipos de equipamentos turísticas do território e ainda promover a transição climática e a neutralidade carbónica.

Ao nível da comunicação e sensibilização estão pensadas ações de formação sobre boas práticas do território e ações de educação ambiental direcionados para os mais jovens.

As entidades também têm como objetivo aproximar as populações e o público em geral ao PNSAC e fomentar não só o sentido de pertença, mas também a identificação das comunidades locais.

O desenvolvimento sustentável, a valorização dos produtos locais e o desenvolvimento do turismo foram outras das intenções mencionadas pelos municípios.

O vereador com pelouro do ambiente, Nuno Russo, referiu que o projeto é resultado de um “trabalho árduo de muitas entidades”, e que o documento tem como objetivo “defender, preservar e promover todo o território”.

A engenheira Geóloga do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Lia Mergulhão, destacou a importância deste projeto na área da conservação através de um conjunto de medidas “vocacionadas para a proteção dos diferentes espaços” da serra de Aires e candeeiros.

O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, abrange parte significativa do Maciço Calcário Estremenho, que corresponde a uma zona de cotas superiores a 200 m que se destaca das áreas circundantes com altitudes que variam entre 100 e 200 m. Abrange os concelhos de Alcanena, Ourém, Rio Maior, Santarém, Torres Novas e Alcobaça e Porto de Mós, já no distrito de Leiria. O PNSAC integra ainda o monumento das Pegadas dos Dinossáurios de de Ourém-Torres Novas, que é visto como uma dos grandes pontos de interesse na vertente turística.

Este documento encontra-se em consulta pública até ao dia 22 de janeiro.

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